Tecnologia contribui para detectar problemas relacionados à saúde do rebanho A busca por maneiras não invasivas de medir a saúde animal e garantir o bem-estar do rebanho é uma preocupação na pecuária leiteira. A Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) pesquisa o emprego de câmeras termográficas para o monitoramento de indicadores de saúde de zebuínos leiteiros.
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Com o uso de uma lente especial, é possível captar a radiação térmica emitida pelo gado e avaliar o conforto térmico dos animais, a produção de calor metabólico e identificar fases do ciclo reprodutivo.
Rogério Vicentini, pesquisador da Epamig, explica que, tendo como base padrões de temperatura do corpo do animal, é possível identificar se há alterações fisiológicas ligadas à mudança de temperatura. Inflamações como a mastite, por exemplo, podem ser reveladas pelo mapeamento térmico. “Um dos seus indicadores são o demasiado fluxo sanguíneo na região do úbere”, disse o pesquisador.
As vacas também apresentam mudanças na temperatura corporal quando estão no ciclo estral (fase reprodutiva). “Percebemos que existe uma queda da temperatura corporal na fase do proestro e aumento na fase do estro, influenciados e moldados pelos hormônios reprodutivos como o estrógeno e a progesterona”, observou Vicentini.
Câmera termográfica auxilia no monitoramento da saúde do gado leiteiro
Epamig/Divulgação
Ao longo da gestação da vaca também é possível avaliar a nutrição do feto com base no aumento da temperatura corporal do animal. Da mesma forma, as variações de temperatura medidas pela câmera permitem identificar indícios de aborto.
“Resultados preliminares demonstram que uma vaca prenhe e uma vaca que sofreu aborto espontâneo tem 0,9 grau celsius de diferença na região abdominal. Isso gera indícios do grande potencial da tecnologia”, observou o pesquisador.
De acordo com a Epamig, a maioria dos estudos disponíveis atualmente são voltados para animais taurinos e europeus, o que reforça a necessidade de estudos focados no gado zebuíno.
Em uma etapa futura, a Epamig pretende usar a tecnologia termográfica para avaliar os efeitos do clima interferem no organismo dos animais. O objetivo é, a partir dos resultados do estudo, cuidar melhor do bem-estar dos animais.
A tecnologia de câmeras termográficas já é usada no agronegócio. O seu uso é bastante comum no monitoramento de incêndios em lavouras de cana-de-açúcar.
A Embrapa Gado de Corte também desenvolve pesquisas sobre aplicação da termografia na bovinocultura de corte.
