A edição número zero da Globo Rural, em agosto de 1985, apresentou aos leitores cinco possíveis capas para o início da sua trajetória de circulação. Acompanhado dos temas aração renovada, acerola, boi e ostras, o café foi descrito como “uma capa que a revista vai ter muitas vezes”.
As justificativas para mostrar os cinco assuntos foram a importância de trabalhar com várias opções no início da caminhada e para que os leitores pudessem dizer, “com franqueza, se é por aí que a revista vai encontrar o rumo de serviço que se propõe”.
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No caso do café, o destaque foi a produção de Minas Gerais, que o editorial da edição descreveu como o “país” que, segundo Noel Rosa, “dá leite”, mas estava firme, na frente de São Paulo, na produção de café. “Minas ficou na frente em 1977, 1982, 1984 e agora em 1985. Segundo os mineiros, essa posição não vai ser modificada nos próximos anos”, afirmava o texto.
Assim como faz agora, nesta edição, a Globo Rural de agosto de 1985 ainda ressaltou que “não há como desconhecer o papel do café na nossa economia, na nossa história”.
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Em busca da Globo Rural perdida
E como tudo que é tipicamente brasileiro, o café é cheio de complicações, dizia o editorial, que citou o questionamento feito pelos jornais da época, sobre a necessidade de existência do Instituto Brasileiro do Café (IBC). Em paralelo ao debate polêmico, a revista lembrou que a safra daquele ano era marcada por números positivos, próximos a 30 milhões de sacas, 20% acima do colhido em 1984.
A edição número zero da Globo Rural teve como curiosidade 20 páginas em branco ao final do conteúdo exposto em 42 páginas. A ideia foi oferecer aos leitores um espaço para que escrevessem suas sugestões e críticas à equipe da revista que teve seu número 1 publicado em outubro de 1985.