
Cotações do cacau na bolsa de Nova York se movimentam conforme caminham as condições de clima no oeste da África Os preços do cacau despencaram na bolsa de Nova York nesta sexta-feira (23/5), diante de condições de clima favoráveis em importantes áreas produtoras. O mercado também está pressionado pela indicação de queda na demanda. Depois de despencar 4% na véspera, os lotes para julho tiveram baixa de 5% na sessão de hoje, cotados a US$ 9.764 a tonelada.
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As cotações do cacau em Nova York se movimentam conforme caminham as condições de clima no oeste da África, onde está concentrada cerca de 60% da produção mundial da amêndoa. O retorno das chuvas nessas áreas traz ânimo para a colheita da safra intermediária, que se estende na região até setembro.
Além disso, em meio a preços historicamente elevados, a demanda por cacau vem sendo penalizada, o que favorece a queda dos preços na bolsa.
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“O segundo trimestre de 2023 – em meio à quebra de safra 2023/24 – estreou um período de queda no processamento global que se estendeu até o primeiro trimestre de 2025, momento em que a redução registrada foi de 3,5%”, diz, em nota, o analista de inteligência de mercado da StoneX, Rafael Borges.
De acordo com a consultoria, além dos preços elevados, a menor disponibilidade da amêndoa motivou a redução da utilização do cacau na indústria.
Diante deste cenário, a expectativa dos analistas é de uma diminuição de demanda na safra 2024/25 equivalente a 136 mil toneladas (-2,8%). O volume estimado permite um superávit aproximado de 96 mil toneladas para o ano-safra, após um déficit estimado em quase 460 mil toneladas no ciclo 2023/24.
Para o ciclo seguinte, avalia Borges, é provável que haja uma recuperação na demanda, porém, ainda limitada pelos preços elevados e as tendências estabelecidas desde 2024. A StoneX estima uma demanda global de 4,7 milhões de toneladas, alta de 0,8% quando comparado com o número da safra 2024/25.
Café
Depois de uma queda de mais de 2% na véspera, os futuros do café avançaram em Nova York. Os contratos de café arábica para julho subiram 0,07%, para US$ 3,61 a libra-peso.
Os preços orbitaram em patamares mais baixos, após expectativa de aumento na oferta e indicação de queda no consumo. No entanto, a produção ainda parece ser insuficiente para atenuar o movimento de alta das cotações, que ainda estão em patamares elevados.
“Mesmo as projeções mais otimistas da produção brasileira de café em 2025, apontam para um cenário tão apertado como o atual no novo ano-safra que começará em julho próximo. Nossos estoques de passagem no final de junho serão historicamente baixos, e os maiores números de produção lançados no mercado apontam para uma safra 2025/2026 com tamanho próximo ao da atual safra”, destaca, em relatório, Eduardo Carvalhaes, analista especializado no mercado de café.
Suco de laranja
Revertendo parte das baixas da sessão anterior, o suco de laranja concentrado e congelado (FCOJ, na sigla em inglês) registrou forte queda em Nova York. Os lotes para julho recuaram 5,55%, para US$ 2,7315 a libra-peso.
Açúcar
O açúcar fechou a sessão com preços em leve queda. Os papéis com vencimento em julho recuaram 0,63%, a 17,29 centavos de dólar libra-peso.
Algodão
Por fim, no mercado do algodão em Nova York, os lotes para julho fecharam em alta 0,73%, com o valor de 66,11 centavos de dólar a libra-peso.