
Ainda está longe de o mundo chegar a um consenso sobre o que é sustentabilidade e quais critérios devem ser levados em conta no comércio de produtos atrelados ao tema. O Brasil tem a ganhar se esses parâmetros considerarem a ciência, apontam diplomatas e negociadores do governo.
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Fernando Pimentel, embaixador e diretor do Departamento de Política Comercial do Itamaraty, disse que há uma dificuldade de homogeneização desses critérios e princípios. Durante a presidência do Brasil no G20, no ano passado, houve avanços na construção do entendimento de que a ciência deveria ser a base de definição de políticas na área comercial e ambiental, disse ele, mas que a negociação é difícil.
“Muitos achavam que era armadilha”, disse durante participação no Agro Horizonte, evento promovido pela Globo Rural e Corteva em Brasília, nesta quarta-feira (29/10). “Estamos muito longe de ter entendimento comum. O Brasil tem a ganhar com entendimentos básicos, mas há muita divergência do que deve ser considerado. O Brasil protege a maior parte do território, mesmo assim temos dificuldade de passar essa mensagem. Na área comercial, ainda é difícil, mas esse é o caminho”, ressaltou.
“Há base para começar a trabalhar, mas o processo negociador foi muito difícil, tem caminho longo a percorrer nessa esfera”, completou.
Tatiana Prazeres, secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), disse que esse é um desafio ainda maior no mundo atual.
“É um desafio, e neste mundo de hoje é ainda maior. É um mundo de consensos mínimos. A discussão sobre essas métricas acaba influenciada por repercussões econômicas e comerciais por mais que se queira valorizar a ciência”, afirmou no evento. “Quando interesses comerciais se encontram com essas discussões de métricas e taxonomia, o desafio é muito maior”, concluiu.






