Dado foi divulgado pelo Ministério da Agricultura, que levantou dados desde maio de 2023 O secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Carlos Goulart, afirmou nesta segunda-feira (19/5) que o Brasil já realizou mais de 2,5 mil investigações de casos suspeitos de doenças respiratórias e nervosas agudas em aves desde maio de 2023, quando o vírus da gripe aviária foi identificado pela primeira vez em um animal silvestre.
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Até a noite desta segunda-feira, quatro casos seguiam em investigação, dois em plantéis comerciais (Ipumirim-SC e Aguiarnópolis-TO) e dois em aves de subsistência (Salitre-CE e Estância Velha-RS). Ao longo de 2025, já são 309 análises feitas a partir de coletas de amostras de animais com suspeitas de doenças. “Isso é normal para o sistema de defesa”, afirmou em coletiva de imprensa. Ele disse que o país sofreu críticas dos importadores em 2023, quando o vírus entrou no país e não afetou criações comerciais. Havia suspeitas quanto às informações repassadas pelo Brasil aos importadores.
“Tomamos uma medida radical, o Brasil é o único país do mundo que disponibiliza em tempo real essas informações sobre as investigações. Esse é o nível de transparência que adotamos. Uma maneira de responder alguma incredulidade de algumas autoridades de produzir sem influenza”, afirmou.
Goulart disse ainda que mais da metade das 538 propriedades rurais existentes na zona de restrição em Montenegro, no raio de dez quilômetros do foco, já foram vistoriadas pelas equipes de defesa sanitária. Ele ressaltou que nenhuma ave da propriedade onde o caso foi confirmado está viva.
“Eram 70 mil ovos da granja e já foram destruídos. Agora falta a desinfecção. Todas as propriedades para onde os ovos férteis foram vendidos já foram identificadas e estão sendo eliminados”, completou
Segundo o secretário-adjunto de Defesa Agropecuária, Allan Rogério Alvarenga, são cerca de 30 milhões de ovos, produzidos no período de 28 dias antes da confirmação do foco. No Rio Grande do Sul, a destruição foi concluída. Os produtos também foram enviados para incubatórios em Minas Gerais e Paraná.
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“Rastreamos toda a produção desde o início do evento e nos 28 dias para trás. Todos os ovos produzidos para trás foram identificados e estão em processo de destruição”, apontou.
Rita Mesquita, secretária Nacional de Biodiversidade, Florestas e Direitos Animais do Ministério do Meio Ambiente, disse na coletiva que a solução para a crise sanitária da gripe aviária passa pelo trabalho conjunto das várias áreas do governo. A Pasta atua com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) na identificação e controle de focos da doença na natureza.
“A credibilidade e robustez no mercado internacional é proporcional à capacidade de detectar doenças nas granjas, mas também na natureza. É de lá que ela chega e entra”, disse na coletiva. Ela salientou que o vírus sofre transformações, inclusive no grau de letalidade, e isso reforça a importância da detecção na natureza. “É uma só saúde. Questões ambientais, econômicas e saúde humana estão conectadas. A preocupação com a saúde humana é legítima, assim como a detecção cedo do aparecimento dos focos é muito importante”, completou.
Durante a coletiva, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, disse que uma das possibilidades da origem do vírus encontrado na granja comercial em Montenegro (RS) são as aves migratórias. Ainda não há confirmação.