
Segundo o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, há a expectativa de avanços nas negociações envolvendo produtos como frutas, carnes e grãos secos de destilaria O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, afirmou que o Brasil está “na iminência” de receber nos próximos dias autorização do governo chinês para a exportação de pescado para o país asiático. A afirmação foi feita nesta quinta (17/4), em entrevista coletiva concedida depois de reunião do grupo de trabalho de agricultura dos Brics.
Saiba-mais taboola
Secretários do Ministério da Agricultura e Pecuária se reunirão na terça-feira (22) em Brasília com integrantes do governo chinês para tratar, entre outros temas, da abertura de mercados. Segundo Fávaro, há a expectativa de avanços nas negociações envolvendo as exportações de bens produzidos no Brasil como frutas, carnes e grãos secos de destilaria, um subproduto do etanol de milho.
A reunião dos Brics, que contou com a presença de delegações de outros países do grupo, foi realizada no Palácio do Itamaraty. Para julho, está marcada a reunião de cúpula do grupo, no Rio de Janeiro.
De acordo com o ministro da Agricultura e Pecuária, embora seja negativa para a economia mundial, a guerra tarifária iniciada pelo presidente americano Donald Trump representa uma oportunidade tanto para o fortalecimento dos Brics quanto para, em alguns casos, ampliar as exportações brasileiras. Um exemplo é justamente a venda de alimentos para a China.
Ele reconheceu que o Brasil não pode “ter a pretensão” de suprir imediatamente os embarques de proteína animal que eram realizados pelos Estados Unidos para a economia chinesa. Mas destacou que o Brasil tem a capacidade de “expandir em 40 milhões de hectares” a sua área de cultura agropecuária, por meio da recuperação de terras degradadas.
Fávaro também minimizou a reprovação pelo governo chinês, na semana passada, do pedido de 28 frigoríficos brasileiros para a exportação de carne bovina para o país asiático. De acordo com o ministro, pela quantidade de pedidos reprovados, o movimento aparenta ser uma “estratégia” do governo chinês, que vem priorizando a compra de carnes suína e de aves do Brasil atualmente.
“Isso é resultado do aviso que eles deram: pessoal, vamos priorizar suínos e aves, deixem um pouquinho mais para a frente para pensar em ampliação de bovinos”, disse.
O ministro ainda destacou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve receber em breve da Organização Mundial de Saúde Animal o reconhecimento de que o Brasil é um país livre de febre aftosa sem vacinação, o que tende a abrir mercados como o Japão.
Ainda nesta quinta-feira, o grupo de trabalho de agricultura dos Brics deve divulgar declarações conjuntas que servirão como base para sugestões e compromissos durante as reuniões de cúpula. Segundo a secretária-executiva do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Fernanda Machiaveli, a tendência é que estejam presente no documento temas como financiamento para segurança alimentar e mudanças climáticas, cooperação de estoques em caso de eventos climáticos extremos e memorandos de investimentos em agricultura familiar.
Já a criação de uma bolsa de grãos dos Brics, proposta pela Rússia, é uma ideia que “ainda está sendo amadurecida” e que não será incluída na declaração.