
O projeto contará com financiamento de R$ 290,2 milhões do BNDES A Be8, empresa do setor de biocombustíveis, vai construir em Passo Fundo (RS) a primeira unidade industrial do Brasil voltada à produção de glúten vital. O projeto contará com financiamento de R$ 290,2 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Initial plugin text
Atualmente, todo o consumo de glúten vital no país é atendido por importações. Segundo a Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo), em 2024 a demanda nacional chegou a 22,1 mil toneladas, volume que será superado pela capacidade produtiva estimada da nova planta, que é de 25,6 mil toneladas por ano.
O glúten vital é um produto obtido da moagem do trigo e utilizado como aditivo para melhorar a qualidade da farinha de panificação. Também tem aplicação nas indústrias farmacêutica e de higiene pessoal, compondo medicamentos, cremes dentais e enxaguantes bucais.
A unidade será construída próxima a uma das principais regiões produtoras de trigo do Brasil. Em um raio de 200 quilômetros de Passo Fundo estão municípios responsáveis por mais da metade da produção do cereal no Rio Grande do Sul.
A planta terá capacidade de processar até 525 mil toneladas de cereais por ano, com potencial de fomentar culturas de inverno e ampliar as alternativas de renda para agricultores da região.
De acordo com o BNDES, o projeto prevê a criação de 29 empregos diretos e cerca de 500 indiretos.
Além de atender o mercado interno, a produção da nova unidade poderá ser exportada para países vizinhos, como o Chile. Atualmente, quatro países (Áustria, China, Bélgica e Alemanha) respondem por mais de 66% do glúten vital importado pelo Brasil. Na América do Sul, apenas a Argentina possui alguma produção do insumo.
A nova fábrica será integrada a uma biorrefinaria que está em construção desde 2023, também com financiamento do BNDES. Essa unidade produzirá etanol de cereais como trigo, triticale e milho, voltado ao setor de combustíveis automotivos. A integração das operações permitirá o aproveitamento de subprodutos da moagem do glúten no processo de produção de etanol, otimizando custos e aumentando a eficiência do complexo industrial.
Com a operação conjunta das duas plantas, a empresa estima uma produção anual de 209 mil metros cúbicos de etanol anidro e 25,6 mil toneladas de glúten vital, além de 153 mil toneladas de farelo de grãos secos de destilaria com solúveis (DDGS, na sigla em inglês), utilizado na fabricação de ração animal.