
O Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) pretende aplicar R$ 2 bilhões em crédito para financiar o agronegócio no Estado, na safra 2025/26. O valor é 40% superior ao anunciado na safra passada e será destinado a cooperativas, produtores rurais e empresas do agronegócio. O setor responde por 22% do Produto Interno Bruto do Estado, de acordo com a Fundação João Pinheiro (FJP).
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“A atuação do BDMG no agronegócio tem sido ampliada ano a ano e vem batendo recordes. No primeiro semestre deste ano, metade de todos os financiamentos realizados pelo banco foram para o setor”, afirma Gabriel Viégas Neto, presidente do banco.
Ele observa que, na safra 2024/25, o banco anunciou R$ 1,4 bilhão em recursos, mas terminou o período desembolsando R$ 1,6 bilhão para o setor, superando a expectativa inicial. Além de ofertar recursos do Plano Safra e do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé), o banco usa recursos próprios para financiar o setor agropecuário.
Plano Safra
Por meio do Plano Safra, o BDMG terá R$ 614 milhões distribuídos em sete linhas de crédito, ante R$ 230 milhões na safra 2024/25, um aumento de 167%. Pela primeira vez, o banco vai atuar com recursos do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) Investimento, que pode ser aplicado na compra de máquinas e equipamentos, recuperação de pastagens, construção ou reforma de instalações, entre outros fins. Com outras linhas, os produtores podem obter recursos para financiar a construção de armazéns de grãos, implantar inovações tecnológicas, modernizar as propriedades rurais e outras iniciativas.
O banco também oferece crédito para financiar a transição da agricultura convencional para agricultura regenerativa, para implantar unidades de produção de bioinsumos e melhorar a fertilidade do solo. As linhas Bioinsumos e Solo Mais fazem parte do LabAgroMinas, que disponibiliza, além do crédito, a capacitação para os produtores.
Até o dia 10 de setembro, o BDMG vai receber inscrições para o curso gratuito em agricultura regenerativa com foco em pecuária bovina, de leite e de corte, e em pastagens. As aulas online são realizadas em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Cerrados. As inscrições são realizadas no site bdmg.mg.gov.br.
Cafeicultura valorizada
O banco oferecerá por meio do Funcafé R$ 316 milhões para apoiar os cafeicultores. O volume é 36% maior que o valor previsto na safra passada. Pela primeira vez, o BDMG vai operar a linha Funcafé Custeio, que financia a produção das lavouras, como a compra de sementes e adubos e secagem do café. Os valores vão chegar diretamente aos produtores ou por meio das cooperativas de produção.
Além dessa linha, o banco segue com outras três linhas do Funcafé. Uma delas é a linha Comercialização, que permite financiar cooperativas em valor equivalente à quantidade de produto armazenado para venda futura em melhores condições de mercado. Outra linha é Financiamento para Aquisição de Café (FAC), para a compra do café diretamente dos produtores rurais. E, por fim, a linha Capital de Giro, para financiar a operação no decorrer da safra.
Desde o ano safra 2018/2019, o BDMG desembolsa 100% dos recursos do Funcafé destinados ao banco, volume que ultrapassa R$ 2,5 bilhões.