
O BB Investimentos revisou para cima o preço-alvo dos Certificados de Depósito de Valores Mobiliários (BDR, na sigla em inglês) do frigorífico JBS, fixando em R$ 109 para o final de 2026, frente à cotação de R$ 84,98 registrada em 8 de setembro. O potencial de valorização estimado é de 28,3%, com manutenção da recomendação de compra.
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Os BDRs (Brazilian Depositary Receipts) são certificados que representam ações de companhias listadas no exterior, permitindo que investidores negociem esses papéis diretamente na B3. No caso da JBS, os BDRs refletem as ações da empresa emitidas fora do Brasil.
A revisão incorpora os resultados do segundo trimestre de 2025 e atualizações de premissas macroeconômicas. O documento aponta que essas mudanças foram feitas em comparação ao relatório de junho, mas não detalha qual era o preço-alvo projetado naquela ocasião.
Segundo o relatório, a receita líquida projetada para 2025 foi elevada em 3,5%. Já a margem de lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) foi reduzida em 0,7 ponto percentual em relação às estimativas anteriores, refletindo desempenho abaixo do esperado nas operações de carne suína nos Estados Unidos e de carne bovina na América do Norte.
A administração da companhia informou, em teleconferência de resultados, que o Ebitda de equilíbrio em 2025 é de US$ 5,5 bilhões, considerando desembolsos adicionais de US$ 1 bilhão em função de acordos judiciais, elevação de estoques nos EUA, pagamentos de impostos, hedge e impactos da gripe aviária sobre a Seara. O BB Investimentos projeta Ebitda de cerca de US$ 6,5 bilhões no ano, o que resultaria em geração de caixa livre estimada em US$ 990 milhões.
A análise destaca a diversificação geográfica e de proteínas como fatores que permitem à empresa mitigar impactos de variáveis setoriais, como o ciclo pecuário nos EUA, discussões tarifárias no mercado internacional e efeitos sanitários, como o caso de gripe aviária registrado no Brasil em maio.
O relatório também projeta rendimento de dividendos de 6,6% em 2026 e avalia que a companhia deve seguir gerando caixa, com baixa alavancagem financeira.
O documento aponta ainda alguns riscos ao desempenho da empresa, como disponibilidade de gado e matérias-primas, pressão inflacionária global sobre o consumo, questões sanitárias que possam restringir exportações, além de possíveis dificuldades na integração de aquisições e fatores ligados à governança.
Em termos financeiros, o BB Investimentos estima que a receita líquida da JBS alcance R$ 477,5 bilhões em 2025 e R$ 485,6 bilhões em 2027. O lucro líquido projetado é de R$ 11,8 bilhões em 2025, subindo para R$ 15,6 bilhões em 2027.