O vice-presidente de Agronegócios e Agricultura Familiar do Banco do Brasil, Gilson Bittencourt, afirmou nesta terça-feira (21/10) que a linha de crédito para renegociação de dívidas rurais com juros livres terá opção de taxas pré e pós fixadas. A expectativa é desembolsar até R$ 20 bilhões em novos financiamentos para saldar os débitos de grandes produtores.
Leia também:
Banco Central afirma que sistemas para solicitação de crédito rural estão regularizados
Banco do Brasil abre linha com juros livres para renegociação de dívidas rurais

Na opção pré-fixada, os juros vão partir de 16,6% ao ano. Já a pós-fixada será a partir de CDI mais 2,9% ao ano. Segundo Bittencourt, a linha com taxas livres atenderá uma parcela relevante de produtores que não foram enquadrados pelo programa com recursos públicos, com dívidas acima de R$ 3 milhões, ou que não estão nos 1.419 municípios contemplados pela medida.

Bittencourt afirmou que a linha com juros livres será direcionada a produtores já acostumados a acessar taxas de mercado. As operações foram iniciadas nesta terça-feira.

“A taxa livre vai ser importante. Estamos falando de muitos produtores que estão inadimplentes ou em vias de ficar, com dívidas acima de R$ 3 milhões [limite para a linha com recursos públicos]. Não são pequenos produtores, são produtores que historicamente vêm se financiamento a taxas livres”, afirmou em reunião da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA).

Os índices mínimos podem variar a depender da avaliação de risco de crédito de cada cliente e das garantias oferecidas na operação, disse Bittencourt. Ele apontou que a taxa pós-fixada pode ser mais benéfica aos produtores diante da sinalização e expectativa de redução da Selic.

“Estamos vendo uma perspectiva de que a Selic venha a cair. Nesse momento, se for contratação pós-fixada, a queda futura da Selic traria benefício ao produtor”, afirmou.

“É uma taxa que parte importante dos produtores já está operando. Como o primeiro ano da linha cobre só os juros, isso evita que a dívida siga crescendo. Se for pós-fixada, com a queda esperada da Selic e a operação é de até nove anos, se ela cai o produtor fica com o benefício”, completou.

Segundo o vice-presidente, o BB vai intensificar a operacionalização da linha a juros livres nos municípios que não foram contemplados pela Medida Provisória 1.314/2025 e resoluções ou por produtores não enquadrados. “A tese é buscar o máximo de produtores possíveis”, concluiu.