A relação das mulheres com o agronegócio está vinculada, de maneira mais expressiva, a atividades que envolvem funções em áreas de marketing e de suporte administrativo ou financeiro. A conclusão é da pesquisa “Produtoras rurais e a inovação no campo”, realizada pela consultoria Quiddity em parceria com a Bayer.
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Em uma análise quantitativa, entre 90 respondentes (50% mulheres e 50% homens), 53% relacionaram a presença feminina como a mais atuante em áreas de suporte em empresas do agro. Em funções de marketing, as mulheres estão ainda mais presentes, para 60% dos entrevistados.
Ainda de acordo com o estudo, 94% dos entrevistados percebem mais homens em funções de campo, como plantio e colheita. Apenas 3% das respostas indicam mais mulheres do que homens em atividades de gestão e 6% percebem mais a presença delas em áreas de tomada de decisão.
“Esses números revelam o desafio que ainda existe no setor principalmente para a presença feminina em cargos de liderança”, observa Rebeca Gharibian, sócia e diretora geral da Quiddity.
Quando as 45 entrevistadas mulheres foram perguntadas sobre “O que você acha que pode ajudar a aumentar a participação das mulheres no agronegócio?”, em uma resposta de múltipla escolha, 78% apontaram “Dar visibilidade para o trabalho feminino no agro” e 69% para “Chamar mais mulheres para liderar grupos e associações”.
Da esquerda para a direita: Daniela Barros, Marina Menin e Rebeca Gharibian
Denise Saueressig
A pesquisa, apresentada nesta terça-feira (21/10), em São Paulo, entrevistou produtoras e produtores rurais, gestores de suas propriedades, em todas as regiões brasileiras, entre junho e outubro desse ano. Daniela Barros, diretora de Comunicação da Divisão Agrícola da Bayer, diz que a meta da companhia no Brasil é chegar a 2030 com 50% de mulheres em cargos de liderança. Hoje, o número alcança 42% e, na divisão agro, 34%.
Diretora do Negócio de Carbono da Bayer para a América Latina, Marina Menin recorda que, há 11 anos, quando recém formada, tinha poucas referências de liderança feminina no setor. Para ela, que é filha de produtores e engenheira agrônoma, apesar de ainda haver desafios importantes, a evolução percebida nos últimos anos precisa ser comemorada e deve continuar com iniciativas que envolvem a união de mulheres.
Premiação
Nesta quarta-feira, a Bayer e a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) revelam as vencedoras da 8ª edição do Prêmio Mulheres do Agro. O anúncio e cerimônia de premiação serão durante o Congresso Nacional das Mulheres do Agro, em São Paulo.
Serão reconhecidas vencedoras nas categorias pequenas, médias e grandes propriedades, além de uma agraciada na categoria ciência e pesquisa. Este ano, foram mais de 350 inscrições no prêmio, número recorde e 70% acima do registrado em 2024.