
A Associação dos Produtores de Sementes de Mato Grosso (Aprosmat) anunciou nesta quarta-feira (6/8) a contratação de um estudo técnico-econômico e jurídico para apurar possíveis práticas anticoncorrenciais no mercado brasileiro de sementes, com foco nas atividades da empresa Boa Safra Sementes.
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“A medida foi motivada por reiteradas manifestações de associados da entidade, que relatam comportamentos de mercado potencialmente violadores da ordem econômica, notadamente em relação à formação de preços abaixo do custo, utilização de incentivos comerciais não transparentes e outras condutas com indícios de caráter predatório, voltadas à eliminação de concorrentes e à captura artificial de market share [participação de mercado]”, afirmou a nota.
A Aprosmat afirma que poderá encaminhar o resultado da investigação ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Segundo a associação, o objetivo da apuração é preservar um ambiente de mercado equilibrado e com pluralidade de agentes, o que considera essencial para o desenvolvimento do setor agrícola.
O que diz a Boa Safra
Em nota enviada à reportagem, a Boa Safra negou as práticas anticoncorrenciais apontadas pela entidade e disse também que “repudia veementemente as alegações de práticas anticoncorrenciais divulgadas pela Aprosmat, classificando-as como infundadas e midiáticas, especialmente por não apresentarem provas concretas”.
Ainda na nota, a empresa reiteriou que seu market share de 8% é incompatível com a acusação de domínio de mercado disse que tem compromisso com a livre concorrência e com políticas de preço baseadas em custos reais. A companhia destacou, ainda, que investiu mais de R$ 200 milhões nos últimos três anos em Mato Grosso, onde mantém operações relevantes.
“Pautada por rigorosos padrões de governança e compliance, a Boa Safra informa que tomará as medidas judiciais cabíveis para proteger sua reputação contra o que considera uma conduta irresponsável e prejudicial.”