
Existe risco para as áreas semeadas mais tarde, no final de fevereiro e início de março O Paraná, segundo maior produtor de milho safrinha do Brasil, está em fase inicial da colheita da safra 2024/25. No momento em que a chuva prejudica os trabalhos em campo, o frio pode ser uma preocupação a mais para os agricultores.
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Até o momento, a colheita de milho safrinha no Estado chegou a 4% da área, inferior aos 13% recolhidos nessa mesma época do ano passado, conforme o Departamento de Economia Rural do Paraná (Deral).
O órgão destacou, em boletim, que os trabalhos em campo foram interrompidos em algumas áreas devido às precipitações, mas que não trouxeram impacto para a produção.
Para os próximos dias, no entanto, o frio deve se fazer presente, inclusive com risco para a formação de geadas, especialmente no extremo sul do Paraná, segundo análise da Climatempo.
“O frio não causa dano para as lavouras que estão em estágio de maturação, mas existe um risco para as áreas semeadas mais tarde, no final de fevereiro e início de março”, pontua Alexandre Muller, professor de agrometeorologia da PUC no campus Toledo.
Já de acordo com Ale Delara, sócio da Pine Agronegócios, é pouco provável que haja algum problema mais sério causado pelo frio devido ao estágio avançado das lavouras. Neste momento, 44% das lavouras estão em fase de maturação e 52% em fase de frutificação.
“O frio previsto para o Paraná, até poderá causar geadas, mas de intensidade fraca”, avalia Delera.
Análise feita pelo Deral ressalta que apesar de registros pontuais de geadas, não foram identificados prejuízos significativos à cultura. “O clima tem favorecido o enchimento dos grãos, com parte das lavouras apresentando bom potencial produtivo”, observa o Deral.
O professor Alexandre Muller lembrou que as ondas de frio no Paraná estão mais intensas neste ano, mas o risco para a formação de geada é considerado normal para essa época do ano. Assim, os produtores precisam ter uma estratégia de plantio certeira para evitar perdas com a safrinha de milho.
“Como não existe nenhuma cultivar resistente à geada, a única ferramenta que o produtor tem é plantar mais cedo, para reduzir o risco de as lavouras ficarem mais tempo expostas às baixas temperaturas”, diz.