Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou em entrevista ao jornal norte-americano The Washington Post que não há “a menor possibilidade de recuar nem um milímetro” em suas decisões e investigações, mesmo diante das sanções impostas pelo governo dos Estados Unidos. A entrevista foi publicada nesta segunda-feira (18).
Moraes é o relator da ação penal que investiga a tentativa de golpe de Estado após as eleições presidenciais de 2022, que resultou na denúncia de 34 pessoas, entre elas o ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados. O ministro garantiu que todo o processo segue o “devido processo legal”, com a análise criteriosa das provas e depoimentos – até o momento, 179 testemunhas já foram ouvidas. Ele reafirmou que quem for condenado será condenado, e quem for absolvido será absolvido.
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As sanções americanas, aplicadas pelo governo de Donald Trump, incluindo a aplicação da Lei Magnitsky, englobam bloqueios de bens e restrições financeiras, além da revogação do visto do ministro. Moraes reconheceu que as medidas não são agradáveis, mas ressaltou que não se intimidará. Para ele, o Brasil enfrenta uma “doença” chamada autocracia, e seu papel é aplicar a “vacina” que consiste na defesa férrea da democracia.
Alexandre de Moraes diz ao Washington Post que não há possibilidade de recuar “nem um milímetro” em decisões na Justiça
O ministro também comentou a dificuldade cultural dos Estados Unidos em compreender a fragilidade da democracia brasileira, citando os vários anos de ditadura que o Brasil viveu, ao contrário dos EUA, que nunca sofreram golpe de Estado. “Quando você é muito mais atacado por uma doença, forma anticorpos mais fortes e busca uma vacina preventiva”, explicou.
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Sobre o clima político entre Brasil e Estados Unidos, Moraes afirmou que, apesar das tensões hoje vividas, os dois países são amigos e devem superar as “desinformações que têm envenenado” essa relação.
Ele ainda destacou o papel do deputado licenciado Eduardo Bolsonaro para impulsionar as sanções ao Brasil, junto à Casa Branca. Segundo o ministro, Eduardo tem envenenado a relação entre os dois países com “falsas narrativas baseadas em desinformação”.
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