Empresa tem cerca de dois mil clientes no Brasil em quatro milhões de hectares A frequente dúvida entre plantar uma semente convencional ou transgênica explica o princípio básico da Aegro. A plataforma de gestão de fazendas funciona como uma planilha automática e personalizada para o produtor, que coloca “na ponta do lápis” as decisões mais vantajosas da porteira para dentro.
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“A transgênica é três vezes mais cara, porém a lagarta não come. Então, você usa menos defensivo, menos diesel na máquina, menos horas trabalhadas. Por outro lado, a Europa não compra transgênica e paga prêmio na convencional. O produtor empilha tudo isso e não sabe o que fazer”, diz Pedro Dusso, CEO da Aegro, explicando detalhadamente onde sua empresa atua.
Além de um “Excel dos produtores”, a companhia se tornou uma plataforma que reúne serviços tecnológicos oferecidos por empresas parceiras e os comercializa aos clientes, sejam avulsos ou em pacotes. Atualmente, a Aegro mantém cinco empresas em seu portfólio, mas pretende chegar a 20 ainda em 2025.
Para esse avanço no curto prazo, será aportado R$ 1 milhão, sendo 50% oriundo de uma verba governamental de fomento à inovação e 50% de investimentos próprios.
Com o lançamento dessa API (Application Programming Interface, na sigla em inglês) – que por definição é uma interface de programação de aplicações – a empresa quer ampliar seu ecossistema de ferramentas disponíveis para os clientes sem precisar desenvolver tudo internamente.
Para Dusso, nenhuma empresa tem condições suficientes para construir todas as soluções. “O somatório de aplicativos valem muito mais que um iPhone”, exemplifica. Alguns dos serviços que a plataforma prioriza incorporar são imagens via drones, análise de solo e mapas de colheita.
Uma vez que os produtores têm a gestão financeira estabelecida, a busca por tecnologias começa. A empresa de 2014 só passou a buscar soluções além da contabilidade em 2019, quando iniciaram os serviços de assinatura. O valor médio pré-pandemia era R$ 350 mensal, mas hoje chega a R$850.
“Ao longo dos anos adicionamos módulos de monitoramento de pragas, satélites e conexão com máquinas da John Deere”, enumera Dusso.
Crescimento
Atualmente, a companhia tem cerca de 2,3 mil clientes, em sua maioria produtores de grãos com média de área de 1,5 mil hectares. Juntos, totalizam quatro milhões de hectares. Desse total, um milhão de hectares utilizam “múltiplas funções”, ou seja, aplicações tecnológicas de parceiros e não só o serviço de contabilidade da Aegro.
A meta é escalonar essa cobertura ano a ano: atingir dois milhões de hectares com aplicações até o fim de março de 2026 e três milhões de hectares para o mesmo período de 2027.
A Aegro faturou cerca de R$ 22,5 milhões em 2024, e tem a meta de crescer 25%, para atingir R$ 30 milhões em 2025. Para isso, o crescimento de empresas parceiras é prioridade. “Com o portfólio completo, estimamos que nossa base de clientes vá pagar cerca de R$ 2,5 milhões por mês”, cita o executivo.