
A trading de grãos ADM informou que atingiu 5 milhões de acres (2,02 milhões de hectares) de áreas cultivadas com agricultura regenerativa no mundo, em 2024, superando antecipadamente a meta estipulada para 2025. A meta para o ano passado era alcançar 3,5 milhões de acres. Os dados fazem parte do relatório anual da companhia divulgado nesta segunda-feira (8/9).
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Participam do programa de agricultura regenerativa da ADM 28 mil produtores, de oito países: Argentina, Brasil, Canadá, Índia, Polônia, Sérvia, Estados Unidos e Reino Unido. O programa envolve as culturas de soja, milho, trigo, algodão, cevada, canola, feijão, amendoim e sorgo.
“Alcançar nossa meta de 2025 com um ano de antecedência é um marco que reflete o que é possível quando parceiros de toda a cadeia, do campo à mesa, trabalham juntos. Este relatório esclarece nossos objetivos e demonstra o impacto tangível do nosso compromisso em criar valor compartilhado para agricultores, clientes e consumidores”, afirmou em nota Greg Morris, vice-presidente sênior e presidente de serviços agrícolas e oleaginosas da ADM.
De acordo com o relatório, a companhia registrou em 2024 uma redução da pegada de emissões de Escopo 3 (ao longo da cadeia de valor) em mais de 1 milhão de toneladas de gases de efeito estufa. O resultado corresponde a mais que o triplo da redução alcançada em 2023. No ano, houve sequestro de mais de 363 mil toneladas de CO2 equivalente.
“Essa rápida expansão demonstra nosso compromisso em definir práticas claras, estabelecer metas mensuráveis e entregar resultados concretos para um futuro agrícola mais resiliente”, afirmou Morris.
A ADM define agricultura regenerativa como uma abordagem que protege e melhora a saúde do solo, a biodiversidade, o clima e os recursos hídricos, ao mesmo tempo em que apoia oportunidades de aumento de geração de valor para os agricultores. Entre as técnicas estão o uso de cobertura de solo, rotação de culturas, plantio direto, gestão de insumos de forma responsável.
Segundo a ADM, cada produtor adota práticas regenerativas de acordo com suas necessidades e realidades específicas. A empresa faz parcerias com toda a cadeia de suprimentos, conectando agricultores e provedores de tecnologia, especialistas técnicos e clientes finais.
A companhia acrescentou que trabalha com grandes marcas de consumo, como Campbell’s, General Mills, Bimbo, Mars, Nestlé e Pepsico, e com isso acelera a adoção de práticas agrícolas regenerativas, ajudando os clientes a avançar em seus objetivos de sustentabilidade.
Na América do Norte, o programa abrange 3,5 mil produtores, com 4,7 milhões de acres de área plantada. Os produtores recebem até US$ 40 por acre de incentivos financeiros diretos, incluindo prêmio por bushel.
Evolução no Brasil
No Brasil, o programa foi lançado em novembro de 2023. Na primeira safra no país, o projeto mensurou emissões de carbono 50% menores nas áreas de plantio de soja, em comparação com o valor base usado no mercado. No primeiro ano, fizeram parte do programa 16 produtores de Minas Gerais e Mato Grosso do Sul, totalizando 25 mil hectares.
De acordo com a ADM, a primeira safra colhida em 2024 rendeu mais de 86 mil toneladas de soja e os dados mostram que as emissões de carbono associadas à soja foram menos da metade dos níveis de referência estimados pelo Ecoinvest, um banco de dados usado para cálculos de pegada de carbono no Brasil.
O cálculo do carbono sequestrado no solo está em andamento.
Os produtores recebem assistência técnica no campo, coleta de dados para cálculos de emissões de gases de efeito estufa, análise de solo e cálculo da intensidade de carbono da produção agrícola individual por talhão.
“A expansão do nosso programa busca não apenas gerar benefícios ambientais, mas também agregar valor aos produtos agrícolas brasileiros”, afirmou André Germanos, gerente de negócios de carbono e agricultura regenerativa da ADM para América Latina.