Recuo do preço do milho e câmbio favorável para exportação contribui para cenário positivo Em um dia majoritariamente de quedas na B3, as ações dos frigoríficos lideram a ponta positiva e são algumas das poucas que avançam, diante do recuo nos preços do milho, matéria-prima da ração animal, o que pode melhorar custos e as margens da indústria de carnes. Além disso, o câmbio favorável para exportação contribui para o cenário positivo no setor.
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Às 14h02, as ações da BRF subiam 5,34%, seguidas pelos papéis de sua controladora, Marfrig, cuja alta era de 4,63%. A Minerva avançava 1,16%.
“O setor de frigoríficos sobe hoje na bolsa impulsionado por dois fatores principais: a forte queda no preço do milho, que reduz os custos de produção, e a alta do dólar, que favorece as exportações”, disse Régis Chinchila, analista da Terra Investimentos.
O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), divulgado nesta segunda-feira (7/7) pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) referente a junho, mostrou recuo de 14,33% no milho e de 3,86% nos produtos agropecuários, na variação mensal, animando os investidores do setor de carnes.
“Milho mais barato, redução de custo para frango e suínos”, acrescentou Chinchila. No caso dos bovinos, o milho é utilizado na ração do gado terminado em confinamento.
Levantamentos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) mostram que os preços do milho operam, neste começo de julho, nos menores patamares do ano na maior parte das regiões acompanhadas.
Na sexta-feira (4/7), na região de Campinas (SP), a saca de 60 quilos foi cotada a R$ 64,05, uma queda de 4,43% desde o início do mês. Foi o menor valor em termos nominais desde setembro de 2024. Segundo o Cepea, a pressão vem sobretudo da maior oferta do cereal no mercado à vista.
O analista da Terra Investimentos também acredita que o avanço nas negociações para retirada dos embargos internacionais à carne de frango brasileira – que vieram em função de um caso de gripe aviária em granja comercial ocorrido em maio e já encerrado – é outro fator que ajuda o desempenho das ações de frigoríficos na bolsa.
“Nos BRICS, Brasil e China estão conversando sobre isso”, ressaltou Chinchila, citando a reunião da cúpula de países emergentes, que ocorre no Rio de Janeiro.