Segundo analistas, queda se deve a preocupações com a dupla listagem dos papéis da companhia Apesar dos sólidos resultados divulgados sobre o primeiro trimestre, com alta de 77,6% no lucro líquido para R$ 2,92 bilhões, as ações da gigante de carnes operaram em queda ao longo de todo o pregão da B3 nesta quarta-feira (14/5), em um dia negativo da bolsa, e fecharam em queda de 3,67% a R$ 39,35 por ação.
Initial plugin text
Em relatório, os analistas Thiago Bortoluci e Nicolas Sussmann, do Goldman Sachs, atribuíram o movimento de venda dos papéis da JBS, principalmente, a preocupações de grupos como o Institutional Shareholder Services (ISS), empresa de consultoria em governança corporativa, sobre o formato proposto para a dupla listagem.
Na avaliação do ISS, a estrutura “é problemática e desfavorece significativamente os acionistas minoritários”.
Em carta da JBS a acionistas obtida pelo Valor, o conselho de administração da companhia “discorda veementemente” da percepção do ISS, citando que a consultoria “claramente não reconhece o compromisso de longo prazo” do controlador da JBS.
O frigorífico reforçou que a listagem busca destravar valor e expandir a capacidade de investimento e de captação de recursos.
Além disso, o banco J.P. Morgan destacou em relatório que a ausência de surpresas positivas e uma perda de R$ 5,4 bilhões no fluxo de caixa livre pesariam sobre as ações da JBS.
Na teleconferência, os executivos da JBS explicaram que houve um consumo maior de caixa no primeiro trimestre para pagamento de impostos e remuneração a pecuaristas, que normalmente acontece em dezembro e passou para janeiro neste ano.
Do mais, o mercado reconheceu que os resultados do primeiro trimestre vieram bons e acima das expectativas. O Citi ressaltou que o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) de R$ 8,9 bilhões da JBS ficou 2% acima do esperado.
“Em nossa visão, o destaque foi novamente as operações de proteínas de aves e suínas, que vêm desfrutando de um cenário bastante positivo de dinâmica comercial, tanto no Brasil, quanto no mercado internacional”, comentou Georgia Jorge, analista do BB Investimentos.