Para o CEO, medida destrava valor, gera sinergias e trará benefícios de longo prazo para a nova empresa que será criada, a MBRF. Apesar da diluição de ações que virá com a fusão entre Marfrig e BRF, há “sinalização bem forte dos principais acionistas de apoio à operação”, disse Marcos Molina, controlador e presidente dos conselhos de administração das duas companhias, em teleconferência com analistas nesta sexta-feira (16/5).
Saiba-mais taboola
Isso porque, segundo o empresário, a fusão destrava valor, gera sinergias e trará benefícios de longo prazo para a nova empresa que será criada, a MBRF.
Sobre a estrutura definida para a troca das ações, o vice-presidente de finanças e relações com investidores da BRF, Fábio Mariano, explicou que as duas companhias criaram comitês e contrataram bancos de primeiro escalão que fizeram o cálculo que resultou na indicação de 0,8521 ação da Marfrig para cada ação da BRF. No caso da BRF, o banco contratado foi o Citibank.
Os acionistas que concordarem com a fusão também recebem proventos. A BRF distribuirá até R$ 3,52 bilhões e a Marfrig, por sua vez, distribuirá R$ 2,5 bilhões.
“Muito embora a gente veja nas telas uma relação de troca que a gente poderia considerar 1 para 1, quando a gente analisa o potencial de diluição dessa transação (…) é uma diluição que está limitada a pouco mais de 8%”, afirmou Mariano.
Ele citou que o segundo maior acionista da BRF – em referência ao fundo árabe Saudi Agricultural and Livestock Investment Company (Salic) – tem participação em torno de 11,6% e, com a fusão, passaria a 10,6% por causa da diluição de ações.
“Se você tivesse uma relação de troca de 1 pra 1, você manteria sua participação na empresa combinada, e na estrutura proposta com essa relação de troca haverá uma diluição limitada a esses 8%”, enfatizou o executivo.
O vice-presidente não espera que os acionistas da Marfrig saiam de suas posições e, no caso da BRF, se houver acionista que decida não acompanhar a combinação de negócios, há a opção de se retirar da ação. Quem exercer esse direito de saída, não receberá os proventos adicionais da fusão.
“Já temos o apoio de parte dos acionistas já formalizado”, disse o executivo, em linha com a declaração de Molina.
Ainda que haja uma saída de acionistas e o pagamento de proventos, Mariano calcula que a alavancagem (relação em dívida líquida e Ebitda ajustado) seguirá em um patamar “muito confortável”, em torno de 3 vezes.
Na B3, as ações das duas companhias começaram o dia com sinais mistos. Por volta da 10h40, os papéis da Marfrig subiam 18%, enquanto as ações da BRF recuavam 1,9%.