
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou nesta sexta-feira (29) da inauguração do Centro de Tecnologia e Inovação Agroindustrial da Acelen Renováveis, em Montes Claros, no norte de Minas Gerais.
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Chamado Acelen Agripark, o espaço será dedicado à pesquisa, inovação e tecnologia para o desenvolvimento da macaúba, matéria-prima escolhida para a produção de combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês) e diesel verde (HVO).
“O dado concreto é que aquela ideia do Roberto Rodrigues [ex-ministro da Agricultura] e da Dilma [Rousseff, ex-ministra de Minas e Energia], que vieram discutir comigo a questão do biodiesel em 2003, permite que a gente esteja hoje inaugurando uma empresa que está recebendo investimento em dez anos de US$ 3 bilhões, o equivalente a quase R$ 16 bilhões”, afirmou Lula em discurso.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse que o Acelen Agripark vai impulsionar a descarbonização dos setores aéreo e de transportes, um dos principais objetivos da Lei do Combustível do Futuro.
“Por que nós somos imbatíveis? Porque produzir macaúba no Brasil é mais barato do que produzir em qualquer outra parte do mundo. E, no projeto Combustível do Futuro, nós criamos mandato para o diesel verde, que é para onde vai a macaúba desses 180 mil hectares que plantaremos no norte de Minas e no sul da Bahia”, disse Silveira.
Lula acrescentou que o Brasil possui mais de 40 milhões de hectares de terras degradadas que podem ser recuperadas com produção agrícola. “O dia de hoje é muito especial para mim, é a concretização de um sonho que está se transformando, definitivamente, em realidade. E eu vi a cara das jovens e dos jovens que trabalham nessa fábrica e eu, sinceramente, vi os olhos de pessoas que sonham”, disse o presidente.
A construção do Acelen Agripark recebeu investimento de R$ 314 milhões, sendo R$ 258 milhões financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Social e Econômico (BNDES).
O complexo integra o projeto de biocombustíveis da Acelen Renováveis, empresa de energia do Mubadala Capital, e prevê investimentos de US$ 3 bilhões em dez anos. O complexo contará com o Acelen Agripark, a construção de uma biorrefinaria na Bahia e o plantio de macaúba em terras degradadas, em Minas Gerais e na Bahia, entre outras estruturas.
A expectativa é de que seja produzido 1 bilhão de litros de SAF por ano a partir de 2028. O projeto integra o Novo PAC do Governo Federal e tem previsão de 85 mil empregos em toda a cadeia produtiva, de acordo com estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
O CEO da Acelen Renováveis, Luiz de Mendonça, anunciou durante o evento o lançamento do Programa Valoriza, para incentivar parcerias com pequenos e médios agricultores para a produção sustentável de macaúba no norte de Minas Gerais e na Bahia.
A empresa estima um investimento de R$ 900 milhões em ações de incentivo ao cultivo da palmeira. O projeto total da companhia prevê o plantio de 180 mil hectares de macaúba. Mendonça estima que pelo menos 20% dessa área será cultivada por pequenos e médios agricultores.
“Estamos caminhando a passos largos para concretizar nosso primeiro projeto integrado para a produção de combustíveis renováveis, diesel renovável e querosene sustentável de aviação”, afirmou.
Segundo Mendonça, esses biocombustíveis não demandam adaptações nos motores de caminhões, nem nas turbinas de aviões, porque substituem os combustíveis fósseis atuais.
“É um novo capítulo na transição energética brasileira e mundial. Uma iniciativa disruptiva, integrada ao programa de aceleração do crescimento do governo federal, que reflete um propósito comum, a construção de uma transição energética justa, inclusiva e sustentável”, afirmou Mendonça.