
A operação de incorporação das ações da BRF pela Marfrig vai terminar no dia 22 de setembro, segundos as duas empresas informaram nesta segunda-feira (8/9). A data marcará o encerramento das negociações dos papéis da BRF na B3.
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A incorporação dos papéis é uma das últimas etapas do processo de fusão entre as companhias, operação que recebeu aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) na sexta-feira (5/9). A empresa que nascerá da união vai se chamar MBRF. Com isso, a partir de 23 de setembro, as negociações das ações da Marfrig na bolsa brasileira passarão a ocorrer sob o código (“ticker”) MBRF3.
Os conselhos de administração das empresas ratificaram a incorporação após a apuração do exercício do direito de retirada, instrumento que permitiu a acionistas que se opuseram à fusão ou que se abstiveram na assembleia que sacramentou a união receber pelos papéis que detinham. Ao todo, os investidores retiraram 9,98 ações ordinárias da BRF, o que levou a um reembolso total de R$ 198,5 milhões, e cinco ações da Marfrig, totalizando R$ 16,60.
Segundo comunicado, a relação de substituição dos papéis será de 0,8521 ação da Marfrig para cada ação da BRF. No caso de frações de ações, haverá agrupamento e posterior venda em leilão na B3. Os acionistas da BRF receberão, proporcionalmente, repasses dos valores líquidos. Marcos Molina, fundador da Marfrig, seguirá no controle da nova companhia, com cerca de 52% do capital da MBRF.
As companhias também declararam as chamadas “distribuições permitidas”. A BRF distribuirá R$ 3,32 bilhões, sendo R$ 2,92 bilhões em dividendos (R$ 1,83 por ação) e R$ 400 milhões em juros sobre capital próprio (R$ 0,25 por ação). A Marfrig, por sua vez, distribuirá R$ 2,35 bilhões em dividendos (R$ 2,81 por ação). Os pagamentos das distribuições a acionistas da BRF ocorrerão em 29 de setembro e no dia seguinte para os acionistas da Marfrig, com base na posição acionária de 18 de setembro.
“Do ponto de vista processual, restam agora a liquidação dos acionistas dissidentes e o anúncio/distribuição dos dividendos (…) como etapas finais antes da conclusão, “avaliou Bradesco BBI, em relatório. Para o banco, a atenção dos investidores deve se concentrar sobre a efetivação das sinergias que Marfrig e BRF projetaram nos cálculos sobre os desdobramentos da fusão.
Em uma coincidência de datas, a incorporação das ações da BRF pela Marfrig ocorrerá 16 anos depois de a Perdigão incorporar as ações da Sadia. Foi um desdobramento da união entre as duas empresas, que deu origem à Brasil Foods, mais tarde conhecida apenas como BRF. A negociação dos papéis das bases acionárias de BRF e Sadia passou a ocorrer de forma unificada e 22 de setembro de 2009. O ticker ainda era o PRGA3, de Perdigão. O código BRFS3 só viria a surgir em dezembro daquele ano.