O governo federal celebrou nesta segunda-feira (15/12) a marca de 500 mercados abertos para o agronegócio brasileiro desde 2023, no início desta gestão. As novas oportunidades já renderam US$ 3,4 bilhões em novos negócios no período e têm potencial para chegar a US$ 37 bilhões anuais à medida que aumente o fluxo comercial.
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A marca de 500 novos mercados foi alcançada na semana passada, com abertura da Guatemala para a carne bovina. Nesta segunda-feira, o Brasil recebeu informações sobre sete novas aberturas: castanha de Baru para os cinco países da União Econômica Euroasiática (Armênia, Belarus, Cazaquistão, Quirguistão e Rússia), frutas congeladas e desidratadas para o Japão e arroz beneficiado para a Nicarágua.
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou que em breve deverá ser anunciada a abertura do mercado de sorgo para o Peru.
“Quinhentos novos mercados é feito histórico para o Brasil e para o mundo. Nenhum país no mundo consegue ampliar dessa forma em três anos seus mercados”, afirmou Fávaro em evento com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta segunda-feira (15/12). Eles inauguraram a nova sede da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Atração de Investimentos (ApexBrasil), em Brasília.
“É um mercado novo a cada dois dias”, disse Fávaro. “Esses mercados, gradativamente, vão começar a se transformar em negócio. Os frutos desses 500 mercados o Brasil vai entender nos próximos anos”, completou.
“Podemos muito mais. Temos que ser humildes, trabalhar mais, melhorar nossos produtos, pois não temos competidores, não existe hoje ninguém capaz de competir com a fartura de possibilidades que temos de competir”, disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, afirmou que os bons resultados no comércio exterior são fruto da “altivez” dada pelo governo aos produtos do setor agropecuário e pela postura adotada na negociação com os Estados Unidos por conta do tarifaço.
“Esse ano terminamos bem. É maior exportação, recorde de exportação agrícola, deflação de alimentos”, disse, no mesmo evento.
O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou que o Brasil vai bater recorde de exportações, mesmo com o crescimento menos acelerado do mundo e da queda nos preços dos produtos.
“Vamos bater recorde mesmo com o mundo crescendo menos e preço menor. Devemos bater recorde de US$ 345 bilhões de exportações e US$ 629 bilhões de corrente de comércio. Até o panetone aumentou exportação”, brincou Alckmin.
O presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, disse que a agência tem 52 convênios com setores da economia e que participa de mil eventos por ano. Nesta gestão, participou de 24 missões oficiais, com a presença de mais de 8 mil empresários nas viagens no período.
As próximas missões deverão ser para Índia, Coreia do Sul e Alemanha, a pedido do presidente Lula.
O empresário Wesley Batista, da JBS, disse que o trabalho do presidente Lula tem sido um “diferencial enorme para o agronegócio e para a indústria brasileira” nos últimos anos.
“O Brasil precisa de acesso, o Brasil é competitivo em muitos setores, mas precisamos de acesso para vender. Nosso setor de proteína animal nunca exportou tanto como agora para todos os mercados. Foram abertos mercados-chave para o setor de proteína animal do Brasil”, comemorou no evento. “É um diferencial que nós, empresários, temos tido o privilégio de ter o senhor [Lula] liderando”, completou.
Caroline Dassoller, sócia da Dassoler Agronegócio, que atua no mercado de pulses, como feijão e gergelim, disse que o setor expandiu as vendas nos últimos anos com 10 novas aberturas de mercado.
Foram 500 mil toneladas de feijões, aumento de 45% em relação a 2024, e 485 mil toneladas de gergelim exportadas neste ano, aumento de 49% na comparação com o ano passado.
“E isso que não abrimos mercado da China ainda de feijões. Exportamos mais e não houve impacto nos preços no mercado interno, é uma política de segurança alimentar”, afirmou a empresária no evento.
Segundo ela, a possível abertura da China pode significar 500 mil toneladas de feijão mungo verde por ano e 200 mil toneladas de feijão guandu. Ela cobrou aumento de terminais específicos para exportação nos portos de Paranaguá (PR) e Santos (SP) e a contratação de mais auditores fiscais para a emissão de certificado fitossanitário para a venda externa.
Alessandra Zanotto Costa, presidente da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), disse que o setor vive seu melhor momento, com a consolidação de maior exportador mundial da fibra, responsável por cerca de um terço do produto comercializado mundo afora.
A expectativa dela é exportar 2,8 milhões de toneladas na safra 2024/25 e faturar US$ 4,8 bilhões. Em 2025/26, há potencial para superar as 3 milhões de toneladas e US$ 5 bilhões em negócios.