
Com declínio de até 15%, colheita nos dois Estados será de menos de 30 milhões de sacas, calculam CNC e Faemg A produção de café arábica da região Sudeste do Brasil deverá recuar significativamente nesta safra de 2025/26, mas o resultado final não deverá ser tão ruim graças ao cultivo de café conilon do Espírito Santo. Minas Gerais e São Paulo, os dois maiores produtores do Brasil, vão liderar a queda na temporada, segundo monitoramento da Confederação Nacional do Café (CNC) e da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg).
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No território paulista, a previsão é de que a produção cafeeira das principais variedades – arábica e conilon – diminua 15,3% e some 4,6 milhões de sacas de 60 quilos. A estiagem severa que se seguiu à florada e o veranico de 2025, com chuvas irregulares no mês de fevereiro, serão as razões do declínio.
Esses fatores vão pesar também sobre os cafezais mineiros. No Estado, que é hoje o maior produtor de arábica do país, a colheita deverá cair 11,6% em relação à temporada 2024/25, para 24,8 milhões de sacas. As altas temperaturas de setembro a dezembro do ano passado, que prejudicaram a formação do fruto, são outro dos elementos que afetarão o resultado, assim como a falta de mão de obra e a concentração do crescimento da produção apenas na região Norte do Estado.
“As temperaturas atrapalharam muito as lavouras de café. A planta já não sabe quando é tempo de florar ou quando vira fruto e grão”, disse a vice-presidente de planejamento e exportação da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), Anna Carolina Viana.
No caso do Espírito Santo, os resultados deverão ser positivos, graças, especialmente, ao fato de, no Estado, 98% das lavouras de café serem irrigadas. CNC e Faemg calculam que a produção total capixaba vá crescer 9%, para 15,1 milhões de sacas.
Segundo o levantamento, os desafios que marcarão os próximos meses no Brasil, em particular nos três Estados, são a adoção de tecnologias e manejo sustentável para preparo da próxima temporada. Crédito rural e debates da adoção da lei antidesmatamento da União Europeia também pesarão sobre o segmento.
A pesquisa menciona ainda a previsão de que as mudanças climáticas reduzirão a área adequada para a produção de café no mundo em até 50% até 2050. Com isso, pesará ainda mais sobre o Brasil a responsabilidade de recuperar pastagens ou otimizar áreas produtivas para se manter na liderança do fornecimento do grão.
(A jornalista viajou a convite da Abic)






