
Famílias afetadas pelo incêndio que destruiu a Sucata Chico Alves, em Fortaleza, na última quarta-feira (24), estão desamparadas, sem ter para onde ir, dias após o ocorrido. O cenário, quase uma semana depois do acontecido, é de apreensão e insegurança.
O incêndio aconteceu na véspera de Natal, no bairro Jacarecanga e se espalhou rapidamente pela sucata localizada na Avenida Sargento Herbinho Sampaio. O local, repleto de materiais altamente inflamáveis, teve grande parte da estrutura consumida pelas chamas, transformando-se em ferro retorcido. Toda a área permanece isolada com fitas de interdição, incluindo a calçada e imóveis vizinhos.
Residências próximas seguem interditadas por risco estrutural, e famílias relatam não ter recebido suporte para deixar os imóveis condenados. A equipe de reportagem da TV Cidade Fortaleza foi até o local para acompanhar a situação das famílias envolvidas.
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Além da sucata, pelo menos três residências foram afetadas. Uma delas, de portão preto, foi completamente condenada, segundo relatos de moradores e orientações da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros. A casa apresenta rachaduras de uma ponta a outra e risco iminente de desabamento, o que obrigou os moradores a deixarem o imóvel.
Morador da vizinhança fala sobre riscos nos imóveis após incêndio em sucata em Fortaleza
Morador do local, Dante Ventura relatou que a Defesa Civil orientou a família a sair imediatamente do imóvel, mas sem oferecer alternativas. “Eles só pediram pra gente sair da casa, né? Sair imediatamente, até por conta do muro. Ele falou que não era pra ficar nesse ambiente. Só que eles falaram pra sair e não deram nenhum lugar. Só falaram pra sair e pronto. A gente tentava, assim, vamos sair, mas pra onde? Ele: não, aí já é com vocês. A gente só tá aconselhando a sair. Aí, infelizmente, a gente sabe que não é fácil arrumar uma casa de aluguel. Imagina fim do ano que ninguém quer sair”, disse ele, ao falar com a equipe.
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A situação estrutural do imóvel é considerada grave. Paredes apresentam grandes rachaduras, algumas afastadas do chão, como se estivessem soltas, com risco de ceder a qualquer momento. Mesmo assim, a família permanece na residência por não ter para onde ir.
Durante a saída às pressas, a família também teve prejuízos materiais. “A gente perdeu um botijão pelas correrias de sair, tiraram o botijão, vazou todo o gás, foi até um perigo na hora. Perdemos roupas, algumas ficaram na pista, molharam. Uns móveis também, porque a gente saiu e, felizmente, choveu. Felizmente, porque a chuva também ajudou, mas a gente perdeu muita coisa também na chuva. Móveis, alimento. A Defesa Civil ainda veio com uns alimentos em cestas básicas para ajudar, entendeu? Mas a ajuda maior é a nossa segurança, a nossa vida. Infelizmente, esse apoio a gente não conseguiu ter”, disse Dante.
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Mesmo após o controle do incêndio, a sucata ainda apresenta focos de fumaça e, ocasionalmente, novas chamas, o que mantém o medo constante entre os moradores. Os integrantes da família acabam inalando a fumaça, o que pode representar danos para a saúde. “Até hoje ninguém consegue dormir direito”, conta ele.
Além dessa residência, outras casas ao redor permanecem interditadas, incluindo uma em que a moradora não pode sequer entrar, devido às rachaduras em todas as paredes. A fumaça ainda visível e o surgimento eventual de novos focos de incêndio obrigam os moradores a acionarem constantemente o Corpo de Bombeiros.
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