A colheita de mandioca no Paraná deve chegar a 4,4 milhões de toneladas na safra 2025, superando os 3,7 milhões de toneladas de 2024, informa o Departamento de Economia Rural (Deral) do governo paranaense. O Estado é líder nacional em produção de mandioca com finalidade industrial e referência na produção de fécula e farinha. O noroeste paranaense e alguns municípios da região do Arenito são os principais produtores da raiz.
“Uma das vantagens para o produtor é que ele pode manter a mandioca no campo em tempos de preço baixo”, comenta o agrônomo Carlos Godinho, coordenador de conjuntura do Deral. O ciclo da mandioca inclui o plantio de manivas (caule), desenvolvimento vegetativo e colheita das raízes, entre 8 a 14 meses para consumo de mesa, e em até 20 meses para fins industriais. A colheita em segundo ciclo apresenta maior rendimento de amido e atua no preparo para o solo.
Godinho lembra que apesar do preço melhor do que os registrados em 2024, os valores deste ano estão distantes dos praticados em anos anteriores, como em 2023, com R$ 817, e 2022, com R$ 797 a tonelada da raiz. “Mesmo baixo, o patamar atual sustenta a atividade”, avalia, enfatizando o investimento na tecnificação das lavouras no Estado.
Para 2026, a perspectiva do Deral é de crescimento na produção e com a área colhida chegando a 160 mil hectares, tendo em vista que há áreas com a colheita deixada para o próximo ciclo, o que deve incrementar o desempenho da atividade no ano que vem.
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O pesquisador Fábio Felipe, do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), salienta que, em 2026, Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo somarão uma produção estimada de 7,3 milhões de toneladas de raiz de mandioca destinadas à industrialização. O volume representa 36% da produção nacional.
Para Ivo Pierin Júnior, que preside o Centro Tecnológico da Mandioca, sediado em Paranavaí (PR), a raiz deixou de ser um produto marginal e hoje desponta para novas oportunidades de mercado. “É uma cultura que precisa ser bem explorada para recuperar o poder de competição, com organização do setor para que não haja excesso de oferta e, ao mesmo tempo, que se obtenha alternativas de consumo nos mercados interno e externo”, avalia.