Bombeiros seguem em rescaldo 35 horas após incêndio na Sucata Chico Alves, em Fortaleza; casas são interditadas

As chamas que atingiram a Sucata Chico Alves, em Fortaleza, se espalharam por todo o quarteirão e consumiram uma área estimada em 25 mil metros quadrados, transformando o patrimônio de cerca de 50 anos em ferro retorcido. Segundo moradores, o fogo teria começado na esquina da rua Sargento Hermínio com a avenida José Jatahy, após uma bomba atingir um carro estacionado no local. Mesmo 35 horas após o início do incêndio, o Corpo de Bombeiros ainda atuava no rescaldo para eliminar focos de calor e evitar novos riscos. Segundo a Defesa Civil, cinco casas foram interditadas totalmente e outras cinco, parcialmente.

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Enquanto as equipes despejavam água nos pontos ainda aquecidos, o fundador da sucata, Chico Alves, chegou ao local do incidente. Debilitado, ele acompanhou de perto o apoio prestado por familiares às equipes de resgate, que viraram mais uma noite de trabalho na área.

Moradores e trabalhadores antigos da sucata estiveram no local para prestar solidariedade. O aposentado José Ribamar, que trabalhou durante anos na empresa, lamentou a destruição. “Eu trabalhei muitos anos aqui, criei meus filhos daqui. Tem um lar que eu tenho conseguido aqui de dentro. Ele perdeu o patrimônio dele que ele construiu muitos anos para perder dentro de minutos”, afirmou.

Bomba teria dado início ao fogo 

Segundo relatos de moradores, o incêndio teria começado na esquina da rua Sargento Hermínio com a avenida José Jatahy. Uma bomba teria atingido um carro azul — o mais destruído de todos — e, a partir desse momento, as chamas se espalharam rapidamente. Do alto, é possível ver que o que começou como um incêndio que poderia ter sido contido em pouco tempo acabou se alastrando por todo o quarteirão.

Apesar da intensidade do fogo, o trabalho do Corpo de Bombeiros conseguiu evitar que as chamas atingissem ainda mais residências no entorno. Ainda assim, os danos materiais são considerados imensos. Um prédio de três andares ao lado da sucata precisou ser evacuado, e a fumaça continua afetando a vizinhança.

Transtornos permanecem para os moradores

O autônomo Egildo Barros, que mora próximo ao local, relatou os transtornos causados pela fumaça. “Nós vamos ter que inalar fumaça por mais, no mínimo, quatro dias, porque quanto mais botar água por rescaldo, mais a fumaça sobe e entra nas nossas casas. Aí fica tudo preto, mas o pior já passou”, disse.

A casa da manicure Lucinete Ventura também foi impactada. O muro dos fundos do imóvel corre risco de desabar, e a família precisou reunir objetos pessoais às pressas, abrindo mão até do botijão de gás. Desde a noite de Natal, eles estão sem água e energia elétrica. “A gente ficou sem apoio de nada, sem comida, porque as coisas da geladeira estragaram, porque a gente tá sem energia, tá sem água, porque os canos foram queimados pelo fogo”, relatou.

A Defesa Civil de Fortaleza realizou uma nova vistoria 35 horas após o início do incêndio. Duas casas foram interditadas na área, sendo uma ao lado da residência de Lucinete, além de outro imóvel nas proximidades. Para avaliar os riscos, foi utilizada uma escada Magirus, permitindo a visualização de possíveis pontos de colapso.

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De acordo com a tenente-coronel Mônica Pinheiro, do Corpo de Bombeiros, o trabalho ainda é delicado. “É necessário hoje revirar esse material porque ainda existem alguns focos mais embaixo. Como vocês viram, é muito material e ainda tem esse aquecimento. A nossa cidade é uma cidade bastante quente”, explicou.

O coordenador da Defesa Civil de Fortaleza, tenente-coronel Haroldo Gondim, informou que o órgão segue acompanhando a situação. “A Defesa Civil está fazendo a análise estrutural da edificação, vendo o risco de colapso de algumas estruturas. Nesse momento, nós estamos vendo a situação de oito residências que foram atingidas. Nós já temos cinco que foram interditadas totalmente e três parcialmente interditadas. Estamos vendo também a necessidade das famílias e que tipo de ajuda nós podemos prestar”, concluiu.

As causas do incêndio ainda serão investigadas, enquanto moradores e autoridades aguardam a conclusão dos trabalhos de rescaldo e das avaliações técnicas na área atingida.

 

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