A Associação dos Produtores de Biocombustíveis do Brasil (Aprobio) elegeu Jerônimo Goergen como novo presidente da entidade, em assembleia realizada nesta segunda-feira (15/12).
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O executivo assume o cargo com o desafio de ajudar a fortalecer o setor e buscar uma maior união com outras duas entidades que também representam empresas de biocombustíveis – a União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio) e a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove). “Vamos tentar nos unir às outras entidades. E alinhar a qualidade como um problema a ser enfrentado por todo o setor”, afirmou.
Outra meta do executivo é ajudar o setor a ampliar o mercado consumidor de biocombustíveis, principalmente no exterior. “A meta é abrir mercado externo e temos potencial para fornecer. A indústria hoje já tem capacidade para atender à mistura de 22% de biodiesel no diesel e o mercado brasileiro adota a mistura de 15%. Até chegarmos aos 22% obrigatórios temos que trabalhar a ociosidade das indústrias com abertura de mercados”, disse Goergen.
Na quinta-feira, Goergen tem agenda com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. O executivo deve pedir ao governo para incluir o Ministério da Agricultura no grupo de trabalho que fará a modelagem do fundo nacional de transição energética. O grupo já conta com participação dos ministérios de Minas e Energia, Meio Ambiente e Fazenda.
“Hoje o biodiesel é além de um simples combustível, é a cadeia completa. Por isso não pode ficar de fora da discussão da cadeia energética e precisa envolver a agricultura porque temos a produção de farelo que atende a pecuária”, disse Goergen.
Em relação à questão da qualidade do biodiesel, o executivo disse que a entidade trabalha para a criação de um selo de qualidade, reconhecido pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). “O controle do biodiesel tem que ser feito na cadeia inteira. É preciso ter maior fiscalização para o produto chegar com qualidade até o posto de gasolina”, disse.
Advogado, ex-deputado federal e com atuação no agronegócio e nos combustíveis, Goergen foi autor original do projeto que deu origem ao programa Combustível do Futuro, aprovado em 2024. No Congresso, criou e presidiu a Frente Parlamentar Mista do Biodiesel (FPBio), atuando na defesa do setor.
Goergen também é presidente da Associação das Empresas Cerealistas do Brasil (Acebra), cargo que pretende continuar exercendo. “Chequei se havia algum conflito de interesses e não há. Existem associados da Acebra que também são da Aprobio. Vamos conseguir fazer uma interlocução mais ativa entre dois pontos da cadeia que podem fazer negócios juntos”, afirmou Goergen.