
O governador do Ceará, Elmano de Freitas, afirmou ver “um sentimento de inveja do Camilo [Santana]” na postura política adotada por Ciro Gomes nos últimos anos, especialmente diante da aproximação do ex-ministro com setores da direita. A declaração foi dada durante entrevista concedida na manhã desta terça-feira (16) à Rádio Jovem Pan News Fortaleza, ao jornalista Luciano Augusto.
Segundo Elmano, a atuação recente de Ciro é marcada por ressentimento e desejo de revanche política. “O que eu vejo no Ciro é apenas um sentimento de ódio, de inveja do Camilo, de querer uma vingança”, afirmou.
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Na avaliação do governador, essa postura teve origem no rompimento de um acordo político firmado anteriormente no grupo governista. Ele relembrou o conflito do período pré-eleitoral de 2022, quando a base aliada – à época formada pelo PT e pelo PDT, além e outras siglas – decidia sobre o candidato que iria suceder Camilo Santana na disputa estadual. Ciro e aliados defendiam o nome do ex-prefeito de Fortaleza Roberto Claudio, enquanto petistas e integrantes de outros partidos da base defendiam a continuidade da então governadora Izolda Cela no cargo, à época também no PDT. Izolda, que era vice de Camilo, havia assumido o Governo do Estado após a desincompatibilização do petista.
“Ele resolveu, da cabeça dele, não cumprir a palavra dele e lançar o Roberto Cláudio. O Roberto Cláudio se aproveitou disso para querer ser o governador. E aí ele foi derrotado e ficou com ódio e ficou com um sentimento de vingança”, declarou. Para Elmano, sentimentos como ódio e vingança são incompatíveis com a tarefa de governar. “Para governar um estado, vingança e ódio são péssimos companheiros”, completou.
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Ainda sobre o cenário político, Elmano disse ver com tristeza a aproximação de Ciro Gomes com o bolsonarismo, sobretudo após as críticas que o próprio ex-ministro fez ao ex-presidente Jair Bolsonaro no passado. Ele defendeu que o eleitor cearense saberá comparar projetos e trajetórias. Ainda afirmou confiar na capacidade da população de avaliar o legado de diferentes governos. “O que não falta é obra. É muita coisa sendo feita. Então nós vamos fazer o balanço”, disse, ao citar investimentos em infraestrutura, saúde, educação e programas federais retomados no estado.
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Elmano citou ainda investimentos considerados estratégicos, como o Polo Automotivo do Ceará, em Horizonte, voltado à produção de veículos elétricos; e a instalação de um data center no Complexo do Pecém, com investimento estimado em R$ 200 bilhões. Ele ressaltou a articulação junto ao governo federal para viabilizar mudanças legais que permitissem a atração desses empreendimentos. “O Ceará produz mais de 4 gigas de energia e só consome um e pouco. Então, aqui tem sobra de energia”, disse, ao defender o potencial do estado para novos investimentos.
Na área da segurança pública, o governador reforçou a orientação para o enfrentamento direto às facções criminosas. Ele pontua que o estado ampliou o número de presos, contratou mais policiais e investe na estrutura das forças de segurança. “Enquanto tiver gente ameaçando o nosso povo e não deixando o nosso povo viver em paz e tranquilidade, minha ordem é aumentar a força da polícia”, declarou. Elmano também defendeu a aprovação da Lei Antifacção enviada pelo presidente Lula ao Congresso, argumentando que a legislação atual é insuficiente para punir ameaças feitas por integrantes do crime organizado.
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