Falar de vinho sem citar Mendoza, na Argentina, é impossível. A província, localizada aos pés da Cordilheira dos Andes, responde por mais de 70% da produção nacional e agora abriga também a uma das melhores vinícolas do mundo, a Luigi Bosca. O título foi reconhecido pelo Wine Star Awards, prêmio promovido pela revista americana Wine Enthusiast.
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A história da vinícola, vencedora da categoria “Melhor Vínicola do Novo Mundo”, começou a ser escrita em 1890, quando Leoncio Arizu, membro da quarta geração de viticultores pioneiros na elaboração de vinhos de qualidade na Europa, estabeleceu-se em Luján de Cuyo. O projeto, porém, saiu do papel apenas em 1901.
Cerca de 25 anos depois da inauguração, a família adquiriu a Finca El Paraíso, em Maipú, propriedade de 295 hectares que serviu para pesquisas e inspiração na criação de vinhos por quase um século.
Além de ajudar Mendoza a reforçar o título de “capital do vinho”, a vinícola teve participação importante na aprovação da primeira Denominação de Origem da Argentina (D.O.C): a produção do Malbec, vinho produzido com a variedade de uva de mesmo nome e originária da França, mas que encontrou na América do Sul o terroir para elevar o padrão de qualidade.
Luigi Bosca está localizada em Mendonza
Divulgação
Atualmente, a Luigi Bosco, administrada pela quarta geração dos Arizu, abriu as portas da Finca El Paraíso para oferecer aos consumidores novas experiências, como celebrações e visitas em passeios guiados com degustação de vinhos e almoço.
“Estamos profundamente orgulhosos de receber este reconhecimento que celebra mais de um século de história em busca da excelência. Uma história marcada pela interpretação de nossa terra, inovação e evolução, mantendo intacta nossa essência. Este prêmio é um estímulo que nos inspira a continuar olhando para o futuro com a mesma convicção que meu bisavô, Leoncio, teve em 1901”, diz o presidente Alberto Arizu.
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Os parreirais da vinícola estão localizados em duas áreas de Mendoza – Luján de Cuyo e Vale do Uco –, condição que a faz produzir “vinhos irrepetíveis”, segundo a marca. Confira abaixo as características de cada uma das propriedades:
Los Miradores, localizado no Vale do Uco: vinhedo de 50 hectares da variedade Malbec;
Miralejos, localizado no Vale do Uco: vinhedo de 19 hectares de cepas da variedade Malbec;
Los Nobles, localizado em Luján de Cuyo: vinhedo de 44 hectares com as variedades Malbec, Cabernet Sauvignon, Petit Verdot, Cabernet Franc, Pinot Noir, Chardonnay e Riesling.
Os vinhos produzidos pela Luigi Bosca são divididos em quatro coleções – Insígnia, Sangue, Legado e Apuntes – e custam de R$ 120 a R$ 1,2 mil no Brasil.
Mais vencedores
Na categoria europeia, o destaque foi a Bodegas Faustino. A vinícola, localizada em Riojas, foi uma das primeiras a engarrafar seus próprios vinhos na região e ganhar o mercado internacional. Hoje, as irmãs Lourdes e Carmen Martínez Zabala representam a quarta geração no comando da propriedade, que também é líder em sustentabilidade no país.
Com um estoque de 60.000 barris e mais de 10 milhões de garrafas na adega, o portfólio Faustino inclui alguns dos vinhos envelhecidos mais conhecidos da região, vendendo uma de cada três garrafas de Rioja Gran Reserva, segundo a CEO Lourdes Zabala.
O portfólio Faustino inclui alguns dos vinhos envelhecidos mais conhecidos da região. Seu Faustino I, lançado em 1964, colocou a Faustino no cenário mundial e rapidamente se tornou o Gran Reserva mais vendido da Rioja.
“Envelhecemos nossos Gran Reservas quase duas vezes mais do que o exigido pela DOCa Rioja porque acreditamos em nosso trabalho e experiência”, contou em entrevista ao Wine Enthusiast.
Veja outros destaques da competição
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Entre as vinícolas norte-americanas, a vencedora foi a Barefoot Wine, sediada em Modesto, na Califórnia. O empreendimento dos irmãos Ernest e Julio Gallo é conhecido por produzir os vinhos mais vendidos nos Estados Unidos, com preços que não costumam ultrapassar os 15 dólares, cerca de R$ 80. Somente no ano passado, o faturamento da marca foi de quase R$ 3 bilhões.
De acordo com a Wine Enthusiast, a contratação da enóloga Jennifer Wall foi o grande ponto de virada da Barefoot Wine. “Todos os vinhos Barefoot são frutados, combinam com comida e são corretos para cada variedade. Se não tiverem essas características, não vão para a garrafa. Não importa onde alguém esteja no mundo, a pessoa terá a mesma surpresa e prazer, a mesma experiência. Isso é realmente importante”, garante Wall.