Em continuidade à retomada dos investimentos em renda variável, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou aporte de R$ 85,8 milhões na Bioo Investimentos e Participações S.A, plataforma de biossoluções voltada ao tratamento de resíduos orgânicos da agroindústria. Com a operação anunciada ontem, via subscrição de ações, o banco passa a ter 19,9% do capital social da companhia.
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A Bioo é uma empresa do Rio Grande do Sul que atua no recebimento e tratamento de resíduos orgânicos da agroindústria. Com o uso de tecnologia, os resíduos são tratados e transformados em biometano, CO2 biogênico e biofertilizantes.
O investimento terá um aporte adicional da Flying Rivers Capital, gestora especializada em investimentos climáticos criada a partir da EB Capital, e visa apoiar o plano de negócios da companhia.
O plano estratégico prevê o desenvolvimento de duas novas Centrais de Tratamento Integrado de Resíduos (CTIR) em regiões com alta disponibilidade de resíduos e demanda crescente por energia renovável e insumos sustentáveis. A primeira planta da Bioo, localizada em Triunfo (RS), entrou em operação no segundo semestre deste ano com fornecimento de biometano para a Companhia de Gás do Rio Grande do Sul (Sulgás).
“O mercado brasileiro de biometano vive um momento de inflexão com a aprovação da Lei do Combustível do Futuro e a recente publicação do decreto do biometano. A entrada de mais um investidor de referência como a BNDESPar, somada ao aporte adicional da Flying Rivers Capital, reforça a solidez da nossa tese e nos permite replicar o sucesso de Triunfo, expandindo o mesmo modelo para novas regiões do Brasil”, disse, em nota, Maurício Cótica, CEO da Bioo.
O projeto faz parte da Plataforma Brasil de Investimentos Climáticos e para a Transformação Ecológica (BIP), que conecta projetos brasileiros a uma rede de instituições financeiras para mobilizar capital público e privado em escala, direcionado ao financiamento de projetos que contribuirão para transição climática e alinhados às metas nacionais de descarbonização. A BIP, afirma o BNDES, conta com 16 projetos selecionados, que totalizam US$ 23 bilhões em investimentos potenciais.
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“Com esse investimento, o BNDES contribui para a transição ecológica justa ao promover uma destinação mais sustentável dos resíduos. Cada planta de biometano da empresa poderá reduzir emissões de CO2 em volume equivalente ao gerado pelo consumo energético anual de até 20 mil residências”, disse o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, também em nota. No fim de junho, o banco anunciou que a BNDESPar retomaria, após cerca de dez anos, os investimentos em renda variável.
