O risco climático hoje ocupa posição central nas preocupações das instituições de crédito para o agro, afirmou o diretor de agronegócios e agricultura familiar do Banco do Brasil, Alberto Martinhago, nesta segunda-feira (24/11), durante o Melhores do Agro, promovido pela Globo Rural.
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Segundo ele, entre todos os desafios enfrentados pelo produtor, como juros, tarifas e acesso a mercados, a quebra de safra é o fator que mais rapidamente pode transformar um cenário positivo em anos de dificuldades.
Martinhago afirmou que o banco vem ampliando o apoio a tecnologias e práticas que tornem as propriedades mais preparadas para eventos climáticos extremos. Entre as linhas de financiamento reforçadas estão projetos de irrigação, recuperação de áreas degradadas e tratamento de solo, medidas que, segundo ele, ajudam a construir uma agricultura mais sustentável e resiliente.
O diretor disse ainda que a instituição pretende operacionalizar novas linhas de crédito no início de 2026, voltadas justamente para estimular essa transição. “É um pêndulo entre apoiar o produtor nas situações que já ocorreram e incentivar novos financiamentos para que isso não volte a acontecer”, afirmou.
Conectividade
Durante o painel, o diretor de IoT e 5G da TIM Brasil, Alexandre Dal Forno, destacou que a expansão da conectividade no campo ainda enfrenta barreiras estruturais no país. Segundo ele, embora o 4G já chegue a todos os municípios brasileiros, isso não significa que todo o território de cada cidade esteja coberto.
Dal Forno explicou que muitos municípios possuem grandes extensões, o que dificulta levar sinal para áreas rurais afastadas. Ele citou como exemplo o município de Correntina, no oeste da Bahia, onde a zona urbana representa apenas um ponto dentro de uma vasta área territorial, que chega a 150 quilômetros
De acordo com o executivo, ampliar a conectividade é essencial para que operações agrícolas sejam monitoradas e gerem dados capazes de aumentar a eficiência no campo. “No nosso lado, a gente não consegue controlar o preço. Se a gente consegue controlar o custo, já é um grande negócio”, completou.