Leia também
Polícia do Paraná realiza operação com 13 mandados judiciais contra desvio e adulteração de fertilizantes
Ministério Público identifica participação do PCC em mercado ilegal de agrotóxicos
Segundo o MPPR, Fruet teria obtido enriquecimento ilícito de R$ 20,3 milhões após ter fechado o estabelecimento. Desde julho, havia um mandado de prisão em aberto e o empresário estava foragido.
A prisão foi efetuada por policiais civis de Guaraniaçu, que assumiram a investigação do caso. Segundo a delegada Raiza Bedim, responsável pelo inquérito policial, uma equipe da delegacia estava de campana em Francisco Beltrão – município a cerca de 200 quilômetros de Campo Bonito -, desde que a polícia foi informada de que Fruet estaria residindo no local.
Na manhã desta sexta-feira, o empresário foi abordado pelos policiais durante um passeio em um parque da cidade. Fruet foi preso e encaminhado para a cadeia pública de Cascavel.
Empresário foi abordado pelos policiais durante um passeio em um parque em Francisco Beltrão (PR)
Polícia Civil/PR
“Foi uma investigação trabalhosa, uma vez que ele estava foragido, mas com a prisão estamos conseguindo dar uma resposta à população e às famílias prejudicadas”, comentou Raiza, em entrevista à Globo Rural. A delegada acredita que a sentença do acusado deve passar de 30 anos de prisão, já que a suspeita de estelionato envolve muitas vítimas.
“Recebemos essa notícia com muito alívio, foram meses de aflição. Agradecemos à polícia civil e à delegada de Guaraniaçu, assim como ao Ministério Público e a todos que estiveram conosco, nos ajudando”, afirmou à reportagem Silvana Alves, uma das produtoras lesadas pela cerealista Fruet. Ela conduz junto com o pai e irmãos duas áreas rurais que somam 400 hectares, em Guaraniaçu e Campo Bonito, e mantinha na empresa 40% da produção de soja.
Denúncia
A denúncia contra o empresário foi impetrada pelo Ministério Público em Guaraniaçu no dia 10 de outubro. De acordo com o órgão, mesmo após vender a empresa para uma cooperativa da região, ele continuou negociando grãos com diversos agricultores, “adquirindo e recebendo mercadorias sem realizar os respectivos pagamentos”.
Segundo as apurações do MP, o denunciado, que possuía o negócio há cerca de 30 anos na região, atuava no ramo armazenando e comercializando soja e trigo. No dia 6 de junho deste ano ele assinou contrato de venda da empresa para uma cooperativa, sem que a transação fosse comunicada aos produtores dos grãos.
Ao descobrirem o golpe, no dia 21 de julho, as vítimas se dirigiram à sede da cerealista e encontraram a empresa fechada. Nesse momento, descobriram que as atividades haviam sido encerradas e que o local tinha sido vendido.
Na denúncia, a Promotoria de Justiça ressalta que Fruet se aproveitou da relação de confiança que possuía com os produtores rurais para aplicar os golpes. As investigações apontaram ainda que ele teria praticado crimes semelhantes, já prescritos, nos municípios paranaenses de Capanema e Catanduvas.
Ele foi denunciado por 124 ocorrências do crime de estelionato (Art. 171 do Código Penal), sendo que em 38 casos as vítimas eram idosos. Além da condenação às penas previstas em lei, o Ministério Público também requer o pagamento de valor mínimo a título de reparação aos danos causados às vítimas.
A defesa de Celso Fruet foi procurada, mas não retornou até o fechamento desta matéria.



