O governo parece ter “um pé em três canoas diferentes” quando se trata de descarbonizar os transportes, segundo o empresário Maurilio Biagi Filho. Enquanto o país aprova a perfuração de um poço de petróleo na Margem Equatorial, região com o mesmo potencial do pré-sal, também lança um compromisso global para quadruplicar a produção de combustíveis renováveis. E, ao mesmo tempo, estimula o mercado de veículos elétricos puros com incentivos fiscais a montadoras.
Leia também
Redução da gasolina pela Petrobras aumenta pressão sobre produtores de etanol
Oferta de etanol deve subir e derrubar preços em 2026
O ápice dessa contradição ocorreu nesta semana, quando o Ministério dos Transportes aderiu em um dia, e recuou no dia seguinte, a um acordo global que previa o uso exclusivo de veículos pesados elétricos até 2040, sem considerar o biometano, por exemplo.
Essas contradições incomodam Biagi Filho, um dos principais empreendedores da época do Proálcool, que completa 50 anos nesta sexta-feira (14). Além de ter comandado o grupo Santa Elisa, que passou por uma forte expansão na época, ele liderou a Zanini, indústria de base que construiu a maior parte das destilarias do país para atender a demanda do Proálcool.
Na avaliação de Biagi Filho, quando o Proálcool foi implantado, “havia um governo que tinha um controle maior” e “as coisas andaram rápido”. Hoje, as políticas públicas voltadas aos biocombustíveis enfatizam menos o impacto do produto na balança de pagamentos e passam a incorporar a vantagem ambiental, como o RenovaBio. Para ele, os temas têm de caminhar juntos. “A questão do aquecimento global é econômica”, afirma.
O que o incomoda mais, porém, são as políticas de apoio ao carro elétrico, que lhe “tiram o sono”. O empresário, que vendeu as usinas que tinha na década passada e desde então está focado em outros negócios na holding Maubisa, critica a decisão do governo de disponibilizar apenas de veículos elétricos pra transportar autoridades em Belém na COP 30.
“Como um país como este, em uma COP como esta, não aproveitou para mostrar que podemos fazer carro flex? Tinha que ser o carro que está transportando todas as autoridades”, defende. E critica outras políticas pró-carro elétrico, como isenção de imposto de importação e benefícios fiscais dados a montadoras chinesas no país.
Leia também
Redução da gasolina pela Petrobras aumenta pressão sobre produtores de etanol
Oferta de etanol deve subir e derrubar preços em 2026
O ápice dessa contradição ocorreu nesta semana, quando o Ministério dos Transportes aderiu em um dia, e recuou no dia seguinte, a um acordo global que previa o uso exclusivo de veículos pesados elétricos até 2040, sem considerar o biometano, por exemplo.
Essas contradições incomodam Biagi Filho, um dos principais empreendedores da época do Proálcool, que completa 50 anos nesta sexta-feira (14). Além de ter comandado o grupo Santa Elisa, que passou por uma forte expansão na época, ele liderou a Zanini, indústria de base que construiu a maior parte das destilarias do país para atender a demanda do Proálcool.
Na avaliação de Biagi Filho, quando o Proálcool foi implantado, “havia um governo que tinha um controle maior” e “as coisas andaram rápido”. Hoje, as políticas públicas voltadas aos biocombustíveis enfatizam menos o impacto do produto na balança de pagamentos e passam a incorporar a vantagem ambiental, como o RenovaBio. Para ele, os temas têm de caminhar juntos. “A questão do aquecimento global é econômica”, afirma.
O que o incomoda mais, porém, são as políticas de apoio ao carro elétrico, que lhe “tiram o sono”. O empresário, que vendeu as usinas que tinha na década passada e desde então está focado em outros negócios na holding Maubisa, critica a decisão do governo de disponibilizar apenas de veículos elétricos pra transportar autoridades em Belém na COP 30.
“Como um país como este, em uma COP como esta, não aproveitou para mostrar que podemos fazer carro flex? Tinha que ser o carro que está transportando todas as autoridades”, defende. E critica outras políticas pró-carro elétrico, como isenção de imposto de importação e benefícios fiscais dados a montadoras chinesas no país.



