A 3tentos encerrou o terceiro trimestre com lucro líquido de R$ 203 milhões, o que representou uma queda de 36,2% em relação ao mesmo período de 2024, refletindo um efeito contábil. Excluindo o efeito da marcação a mercado do preço das commodities, o lucro líquido ajustado somou R$ 276,6 milhões, alta de 40,8%.
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A receita líquida cresceu 42,9% no trimestre, para R$ 4,99 bilhões, com avanço em todos os segmentos de negócios. A 3tentos teve uma receita recorde em grãos, com alta de 93%, para R$ 1,71 bilhão. As vendas de soja cresceram 91%, para 516,2 mil toneladas, e as de milho avançaram 95%, para 451,5 mil toneladas. As vendas de trigo e outros produtos aumentaram 13%, para 36,6 mil toneladas.
O segmento industrial cresceu 19%, para R$ 2,21 bilhões, impulsionado pelo aumento de capacidade nas plantas de Vera (MT) e Cruz Alta (RS). Houve aumento de 9% nas vendas de biodiesel (167,2 mil toneladas), e de 59% em farelo de soja (759,1 mil toneladas).
O segmento de insumos teve alta de 42,6%, para R$ 1,08 bilhão, com início do plantio da safra 2025/26 e fortalecimento da atuação comercial da companhia.
A 3tentos informou que a construção da indústria de etanol de milho, em Porto Alegre do Norte (MT), segue o cronograma previsto. Foram desembolsados R$ 1,197 bilhão. João Marcelo Dumoncel, CEO e fundador da 3tentos, disse que a previsão é que a unidade entre em funcionamento no começo de 2026. A planta vai ajudar a reforçar a presença da companhia em Mato Grosso e sua proximidade com o produtor da região.
A 3tentos anunciou mudanças no seu plano de expansão. O investimento total foi mantido em R$ 2,12 bilhões, mas houve redistribuição dos valores entre os projetos. O recurso para instalação da planta de etanol de milho passou de R$ 1,16 bilhão para R$ 1,32 bilhão. Dumoncel disse que a capacidade será ampliada de 2,1 mil toneladas de milho por dia para 2,8 mil toneladas por dia. “Foram feitos reajustes para otimizar os projetos, reduzindo o custo do litro produzido ou da tonelada produzida”, afirmou Dumoncel.
O investimento em ampliações industriais passou de R$ 260 milhões para R$ 320 milhões, com aumento da capacidade de processamento de soja da planta de Cruz Alta (RS), de 3,6 mil toneladas por dia para 4 mil toneladas por dia. A companhia previa antes ampliar a capacidade total de processamento de soja e produção de biodiesel entre 45% e 50% e agora espera aumentar entre 55% e 60%, passando para 1,5 bilhão de litro de biodiesel por ano. Os investimentos em avenidas de expansão, de R$ 220 milhões, foram redistribuídos nas fábricas.
O lucro ajustado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) foi de R$ 165,5 milhões, queda de 51,6%. O resultado financeiro líquido ficou positivo em R$ 249,2 milhões, 119,9% acima do resultado do mesmo intervalo do ano passado. O desempenho foi impactado pelo efeito da liquidação de derivativos.