A inadimplência atingiu 8,1% da população rural brasileira no segundo trimestre deste ano, conforme dados do Serasa Experian divulgados nesta quarta-feira. Segundo o levantamento, baseado em pessoas com dívidas acima de 180 dias, houve uma alta de 1,1 ponto percentual comparada ao mesmo período de 2024 e de 0,3 ponto contra o trimestre anterior.
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A maior parte da população rural, cerca de 92%, ainda mantém as contas em dia, mas o head de agronegócio da Serasa Experian, Marcelo Pimenta, alertou sobre o avanço gradativo do endividamento no setor. “Os indicadores apontam uma piora lenta, porém contínua, na capacidade da população rural de manter-se adimplente. O agronegócio enfrenta desafios de fluxo de caixa e endividamento acumulados nos últimos três a quatro anos, exigindo atenção e reestruturação”, disse o especialista.
Segundo ele, o acompanhamento constante do perfil de crédito se torna cada vez mais importante para evitar que produtores fiquem endividados além da capacidade operacional.
“Fatores como custo de produção elevado, variação nos preços das commodities e crédito mais caro explicam esse cenário, reforçando a importância da gestão de risco apoiada por dados e inteligência analítica” acrescentou.
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A população identificada pela Serasa na categoria “sem registro de cadastro rural”, ou seja, arrendatários ou participantes de grupos econômicos/familiares, representam a maior fatia de inadimplentes, com 10,5%. Na sequência estão os grandes proprietários, que somam 9,2% do total. Médios proprietários têm participação de 7,8% e os pequenos, de 7,6%.
Na avaliação da Serasa por Estado, o Rio Grande do Sul teve a menor inadimplência (4,9%), seguido por Santa Catarina (5,6%) e Paraná (5,7%). Já o Amapá registrou a maior taxa, de 19,5%