
A Boa Safra Sementes, uma das maiores produtoras de sementes de soja do país, teve lucro líquido de R$ 67,9 milhões no terceiro trimestre, o que representa um crescimento de 26% em relação ao mesmo período de 2024.
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O lucro cresceu menos que a receita devido a despesas financeiras mais altas, à elevação dos juros e à variação nos preços das commodities. “Tivemos um resultado positivo comparado com o setor, mas abaixo do que a gente gostaria. Apesar de ter crescido em volume de vendas, a gente teve dificuldade para aumentar a margem de lucro”, afirmou Marino Colpo, CEO da Boa Safra.
No trimestre, a receita líquida totalizou R$ 1,13 bilhão, aumento de 56% em relação aos R$ 727,4 milhões registrados no terceiro trimestre de 2024.
As vendas de semente de soja continuam sendo carro-chefe da operação, com receita líquida de R$ 1 bilhão no terceiro trimestre, 60% maior que no terceiro trimestre de 2024. As outras culturas, como milho, sorgo, trigo, feijão e forrageiras, tiveram crescimento de 289% em relação ao terceiro trimestre de 2024, para R$ 109 milhões. As culturas que apresentam mais crescimento são sorgo e milho.
“E tem a notícia boa que no quarto trimestre a gente tem uma carteira recorde de pedidos”, disse Colpo.
A Boa Safra havia encerrado o segundo trimestre com uma carteira de pedidos de R$ 1,66 bilhão. Colpo disse que, desse valor, a empresa faturou R$ 1,1 bilhão no terceiro trimestre, e o restante deve ser faturado no quarto trimestre.
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A carteira de pedidos de sementes para o quarto trimestre atingiu R$ 861 milhões, um recorde para esse período e crescimento de 18% em relação à mesma época de 2024. Os pedidos de sementes de soja aumentaram 9%, para R$ 760 milhões. As demais culturas avançaram 206%, para R$ 101 milhões. “É uma carteira firme. Muito dela já foi faturada até hoje”, disse o executivo.
Colpo observou que, no terceiro trimestre, o plantio da soja começou mais fortemente em Mato Grosso, mas desacelerou devido à irregularidade das chuvas. “No Norte ainda não choveu, nem na Bahia e Maranhão. Em Tocantins choveu pouco. São regiões em que ainda não embarcaram as sementes. Isso nos indica que o quarto trimestre vai ser bom. Tem muito pedido em carteira”, afirmou Colpo.
No terceiro trimestre, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado subiu 54%, para R$ 113,7 milhões.
A receita financeira cresceu 14%, para R$ 25 milhões, impulsionado pelos rendimentos de aplicações financeiras, que avançaram 55%, em razão do maior volume médio aplicado. As despesas financeiras somaram R$ 36 milhões, alta de 46%. A elevação reflete o maior impacto de juros sobre os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) e o efeito do ajuste a valor presente de contas a receber, em um contexto de maior volume de operações comerciais e alongamento dos prazos financeiros.
A Boa Safra fortaleceu sua estrutura de capital ao realizar duas captações via Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) no ano, totalizando R$ 1 bilhão, com prazos longos e de custo baixo. A dívida bruta somou R$ 1,3 bilhão, ante R$ 380 milhões um ano antes, devido aos CRAs. O caixa somou R$ 1,2 bilhão. A dívida líquida consolidada somou R$ 74,6 milhões.




