
De olho na possibilidade de assinar o acordo de livre comércio entre União Europeia e Mercosul ainda em 2025, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu ontem com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente da Finlândia, Alexander Stubb, que também integra o bloco europeu. A expectativa tanto do governo federal quanto da União Europeia, a partir dessas conversas, é assinar o acordo até 20 de dezembro deste ano, segundo o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.
Saiba-mais taboola
“A presidente da Comissão Europeia reafirmou sua crença e firme esperança de que acordo seja assinado no final do ano, em 20 de dezembro, no Rio de Janeiro”, afirmou o ministro a jornalistas na noite desta quarta-feira (5/11) em Belém.
Ambas as agendas bilaterais foram realizadas na esteira da Cúpula de Líderes de Belém (PA), programada para esta quinta-feira (6), mas serviram também para que o presidente brasileiro introduzisse a discussão sobre o iminente acordo comercial entre os continentes.
Na conversa com Stubb, inclusive, Lula recebeu a sinalização de que a Finlândia apoia a assinatura do acordo comercial no mês que vem, como deseja o governo brasileiro.
O assunto é tratado como prioridade pelo Palácio do Planalto, porque Lula gostaria de efetivar o acordo ainda em 2025, ou seja, enquanto o Brasil ocupa a presidência rotativa do Mercosul. Sobre isso, Stubb teria demonstrado concordância com o brasileiro.
Assunto é tratado como prioridade, porque Lula pretende entregar o acordo ainda este ano.
“Ambos os mandatários (Lula e Stubb) apoiaram a assinatura do acordo Mercosul-União Europeia por ocasião da Cúpula do Mercosul, que será realizada no Rio de Janeiro, em dezembro”, diz a nota divulgada pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República.
No mesmo dia, Lula se encontrou também com Ursula von der Leyen, para discutir o assunto. A razão é que falta apenas o Conselho Europeu dar aval para que, enfim, o acordo seja assinado e passe a vigorar entre ambas as regiões.
Em negociação desde 1999, o acordo foi enfim anunciado no fim de 2024, mas, para garantir sua efetivação, são necessárias outras etapas que estão pendentes. Em uma delas, o tratado precisa ser aprovado por 65% do Conselho Europeu, órgão que reúne os chefes de Estado — sendo que esses 65% precisam representar 55% da população da União Europeia.
Por conta desses detalhes, o cálculo nessa fase é considerado “complexo” e “dinâmico” e não há um número mágico a ser alcançado. Negociadores brasileiros usam até um aplicativo de celular para calcular diariamente os votos.
Para se ter uma ideia, um acerto entre França, Polônia e Itália, que em diferentes graus já se posicionaram de maneira contrária ou ambígua em relação ao acordo, seria suficiente para barrar as mudanças.
O acordo entre Mercosul e União Europeia alcançaria um Produto Interno Bruto (PIB) somado de aproximadamente US$ 22 trilhões e atingiria cerca de 700 milhões de pessoas. Em setembro, o Mercosul já tinha firmado acordo com o Efta, formado por Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein.





