Um momento de oferta favorável para o açúcar mantém o produto em um canal de baixa na bolsa de Nova York. Nesta terça-feira (4/11), os lotes do demerara com entrega para março do ano que vem caíram 2,94%, com o valor de 14,22 centavos de dólar a libra-peso.
+Veja mais cotações na ferramenta da Globo Rural
De acordo com Marcelo Filho, analista de inteligência de mercado da StoneX, os preços do açúcar consolidaram a movimentação de baixa no mercado internacional em outubro. Isso aconteceu, segundo ele, pela perspectiva com a produção do Brasil para a safra 2026/27, e em outras importantes origens, como Índia e Tailândia.
“Temos hoje um mercado sobreofertado de açúcar. A safra no Centro-Sul no ano que vem pode ficar acima das 600 milhões de toneladas, com alta produtividade. Além disso, desde o ano passado, mesmo com o déficit na produção global de açúcar, as importações estão mais fracas. A demanda não tem urgência de procurar oferta, pois há essa perspectiva muito boa de produção no presente e no futuro”, avalia Marcelo Filho.
Os números de produção para a safra atual também são favoráveis, mas, de acordo com o analista, como já estão precificados por grande parte dos investidores, tiveram peso limitado para os preços no pregão de hoje.
Em seu terceiro levantamento sobre a temporada de cana-de-açúcar 2025/26 no Brasil, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) ajustou para baixo a estimativa de colheita, de 666,8 milhões de toneladas previstas em agosto, para 666,4 milhões de toneladas. Essa estimativa representa uma redução de 1,6% em relação ao ciclo anterior.
Segundo a estatal, a safra de açúcar pode ser a segunda maior da história, atrás apenas de 2023/24. A Conab espera uma produção de 45 milhões de toneladas de açúcar em 2025/26, um aumento em relação aos 44,5 milhões de toneladas calculados na segunda estimativa sobre o ciclo, feita em agosto. Esse volume representa uma elevação de 2% em relação a 2024/25.
Suco de laranja
Na contramão do fechamento do açúcar, o suco de laranja disparou em Nova York. Os contratos do produto concentrado e congelado (FCOJ, na sigla em inglês) para janeiro subiram 5,57%, para US$ 1,8950 a libra-peso. Ajustes técnicos pautaram as negociações do suco, que segue em tendência de baixa devido às perspectivas com a safra do Brasil neste ano.
Café, cacau e algodão
O café se desvalorizou na bolsa de Nova York. Os contratos com vencimento em dezembro fecharam em queda de 0,34%, negociados a US$ 4,0525 a libra-peso. Nas negociações do algodão, os lotes com o mesmo vencimento cederam 0,73%, cotados a 65,20 centavos de dólar a libra-peso.
Por fim, no mercado do cacau, os papéis da amêndoa para março de 2026 avançaram 0,26%, a US$ 6.681 a tonelada.