Nova antena inaugurada no Ceará integra rede internacional de monitoramento do espaço e da Terra

Foi inaugurada nesta sexta-feira (31), no Ceará, uma antena de 12 metros de diâmetro que utiliza sinais de rádio para observar o espaço e fenômenos que afetam a Terra. O equipamento de última geração passa a integrar o VLBI Global, Sistema Internacional de Observação, operando em rede com outros observatórios espalhados pelo mundo em um sistema mantido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) em parceria com a NASA.

Segundo Jean Pierre Raulin, coordenador de radioastronomia e astrofísica, “a técnica de interferometria te permite obter os mesmos resultados com duas pequenas antenas distantes de um quilômetro. O equivalente seria uma antena grande de um quilômetro de diâmetro. Aqui a gente puxa a brincadeira muito maior. São milhares de quilômetros entre as antenas. Na Europa, nos Estados Unidos, na América do Sul, na China. E aí, com tudo isso, você sintetiza uma antena do tamanho da Terra.”

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O novo equipamento foi instalado na sede do Rádio Observatório Espacial do Nordeste, no Eusébio, substituindo a antiga antena da década de 1990. Segundo Raulin, “neste momento, nós estamos atualizando essas antenas de 94. Então, obviamente que a tecnologia evoluiu, então a gente vai ter muito mais precisão do que essas antenas medem, que é o que a gente chama de deslocamento continental. A gente consegue entender se as nossas placas estão se movendo, se os continentes estão se movendo. E isso é muito importante para a gente melhorar a precisão de posicionamento de uma série de coisas no mundo.”

A antena é fruto de uma parceria entre a NASA, o Instituto Presbiteriano Mackenzie e o INPE. Marco Túllio de Castro, reitor da universidade, destacou que “essa parceria com a NASA é super importante porque ela nos mantém conectados com o Centro da Excelência norte-americano, que é referência no mundo. Isso tem permitido pesquisas internacionais, essa colaboração, a possibilidade de publicações de impacto no Brasil e fora do Brasil, consolidando o Brasil como um ente de referência nesse campo da radioastronomia e, particularmente, este centro aqui como objeto de pesquisa e a nossa universidade.”

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Além da pesquisa espacial, a antena também contribui para o estudo da Terra. “Nós atuamos na pesquisa na área de espaço, mas nós estamos com o olho na Terra. Então a nossa pesquisa repercute exatamente aqui onde nós estamos”, afirmou Raulin, citando estudos sobre o esforço de pesca em barragens do Nordeste. Ele explicou que o equipamento permite monitorar a qualidade da água e a atividade pesqueira, impactando diretamente comunidades locais, mesmo que os pescadores não percebam a pesquisa acontecendo.

Para o Ceará, o novo equipamento será “fundamental em pesquisas nas universidades e em instituições que estudam o clima, o semiárido e os mares. Como podemos avançar em pesquisas e avanços para acompanhamento do clima, seja aqui no Ceará, mais especificamente, ou articulando-se com o país, com o nosso Brasil e com outras regiões do mundo. E como as universidades, os institutos tecnológicos, enquanto sistema de ensino superior tecnológico, podem também contribuir nessa construção do saber aqui no Ceará”, afirmou Sandra Monteiro, secretária de Ciência e Tecnologia do Estado. A antena, que está em fase de testes, atua por enquanto em conjunto com o antigo equipamento, consolidando o papel estratégico do Nordeste na rede global de estudos do espaço e da Terra.

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