
O plantio de soja segue em fase inicial no Rio Grande do Sul, com cerca de 5% da área projetada já semeada, com avanço heterogêneo entre as regiões, segundo o boletim da Emater/RS-Ascar. Para a safra 2025/26, a projeção da Emater indica o cultivo de 6,7 milhões de hectares, com produtividade média estimada em 3.180 quilogramas por hectare.
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Nas áreas com melhor umidade residual, o plantio foi intensificado. Já nas regiões sem ocorrência recente de chuvas, as operações foram suspensas ou ainda não se iniciaram. As lavouras encontram-se, em sua maioria, nos estágios de germinação e emergência.
As temperaturas amenas durante a noite têm reduzido a velocidade de emergência das variedades mais precoces, especialmente em locais com menor acúmulo térmico. Onde as condições climáticas são mais favoráveis, produtores já realizaram o manejo pré-plantio, como dessecação e preparo de solo, com expectativa de intensificar a semeadura no início de novembro.
A Emater observa que restrições financeiras e dificuldades de acesso ao crédito rural limitam os investimentos em insumos e podem reduzir ligeiramente a área cultivada em relação à safra anterior. Na Metade Sul, há tendência de redução dos valores de arrendamento e retomada de áreas para a pecuária, especialmente em locais antes convertidos de campo nativo para o cultivo da oleaginosa.
O monitoramento fitossanitário já detectou a presença inicial de esporos de ferrugem-asiática, exigindo atenção preventiva no manejo.
Milho
Em relação ao milho, a semeadura atinge 80% da área projetada no Estado, segundo o boletim. Cerca de 15% das lavouras estão em desenvolvimento vegetativo e 5% em fase de florescimento. Para a atual safra, a área estimada de milho no Rio Grande do Sul é de 785 mil hectares, com produtividade média projetada em 7.370 quilos por hectare. De modo geral, o estabelecimento das lavouras é considerado satisfatório.
Nas regiões onde o regime de precipitações tem sido mais regular, os cultivos apresentam bom vigor vegetativo e coloração verde intensa. Nessas áreas, os produtores avançam com tratos culturais, como adubação nitrogenada de cobertura, controle de plantas daninhas e manejo fitossanitário preventivo.
Em locais com chuvas irregulares, há registros de sintomas de déficit hídrico, como enrolamento foliar, especialmente em solos compactados ou de baixa retenção de umidade. Ainda assim, as condições gerais da cultura são consideradas adequadas, e o retorno das chuvas será determinante para a manutenção do potencial produtivo.
O estado fitossanitário do milho é classificado como satisfatório, com ocorrências pontuais de cigarrinhas, lagartas e percevejos, sem impacto econômico significativo até o momento.






