A produção global de combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês) deve encerar o ano de 2025 com um volume de 2,7 bilhões de litros, o que representa menos de 1% do volume necessário para atender a meta de neutralidade de carbono em 2050, segundo Tarcísio Soares, gerente de estratégia e negócios da Airbus, em apresentação na 25ª Conferência Internacional Datagro sobre Açúcar e Etanol.

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Para atender a meta de netzero, será necessário produzir em 2050 um volume de 450 bilhões de litros de SAF até lá. Em 2022, a produção mundial foi de 300 milhões de litros, subindo para 600 milhões de litros em 2023, e para 1,3 bilhão de litros em 2024.

“Para chegarmos em 450 bilhões de litros em 2050, precisaremos de muito investimento, não só em produção e novas tecnologias, mas também políticas públicas que incentivem a produção e a demanda”, defendeu Soares.

Ele ressaltou que as políticas também precisam permitir que o SAF seja competitivo em relação ao querosene de aviação de origem fóssil. Atualmente, o SAF é quatro a seis vezes mais caro que o combustível fóssil.

Para Soares, o Brasil é o único país com potencial para escalar a produção de SAF dada a capacidade do país de aumentar a produção agrícola. “Se no Brasil não der certo, dificilmente vai dar certo em outro lugar”, afirmou.