44% dos moradores de Fortaleza levam mais de meia hora para chegar ao trabalho

Em Fortaleza, cerca de 44% dos moradores têm que passar mais de meia hora no trânsito para chegar ao trabalho. Já aqueles que demoram uma hora ou mais para fazer o percurso chegam a 16%. Os dados são da pesquisa Deslocamentos para Trabalho e Estudo, com base nos dados do Censo 2022, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Conforme levantado na pesquisa, apenas 23% conseguem chegar ao trabalho em até 15 minutos. Por outro lado, 10.572 pessoas (equivalente a 0,44% da população total) demoram duas horas ou mais – em números absolutos, essa quantidade supera a de cidades como Brasília (10.469), Belém (8.176), Recife (7.456) e Goiânia (6.831).

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Modais

A pesquisa mostra ainda que Fortaleza é a segunda cidade do Brasil em número de pessoas que vão ao trabalho de moto, atrás apenas de São Paulo. No total, são 110 mil motociclistas indo ao trabalho cotidianamente na capital cearense, enquanto São Paulo registra 163 mil.

Aqueles que se deslocam para o trabalho a pé chegam a 13,65%, enquanto outros 7,13% usam bicicleta. Na proporção, Fortaleza é a sétima capital brasileira em uso de bicicleta para o trabalho – já no Nordeste, fica atrás apenas de Aracaju, em Sergipe.

Brasil

O “Censo 2022: Deslocamentos para trabalho e para estudo – Resultados preliminares da amostra” apresenta as características do deslocamento para trabalho e para estudo da população brasileira, complementando os volumes de divulgação do questionário da amostra do Censo Demográfico 2022.

“As informações sobre o deslocamento das pessoas para trabalho e para estudo são fundamentais para o planejamento urbano em diferentes níveis territoriais, fornecendo indicadores seguros relacionados à integração funcional entre localidades. São, portanto, estatísticas que podem contribuir para melhorar a qualidade de vida da sociedade”, destaca Mauro Sergio Pinheiro, analista da pesquisa.

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O Censo 2022, de modo inédito, investigou o meio de transporte que a população do Brasil passa mais tempo no deslocamento para o trabalho. A pesquisa revela que há um predomínio do uso de automóvel (32,3%), ônibus (21,4%) e motocicleta (16,4%), além da locomoção a pé (17,8%), como meios de transporte, representando 87,9% do deslocamento para trabalho no país.

Em valores absolutos, 48,9 milhões de pessoas usam esses meios de transporte motorizados: 22,6 milhões de pessoas, o automóvel; 14,9 milhões, o ônibus; e 11,4 milhões, a motocicleta. “Tal cenário reflete o histórico do país em privilegiar rodovias para a integração das cidades e regiões, além do descompasso entre crescimento urbano e oferta de transporte público”, afirma Mauro.

Chama atenção o alto número de deslocamentos a pé, feitos por 12,4 milhões de pessoas (17,8%), e por bicicleta, realizados por 4,4 milhões de pessoas (6,2%).

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Outro aspecto relevante foi o baixo percentual de pessoas que se deslocam em meios de transporte de alta capacidade, como trem ou metrô, com apenas 1,6% dos deslocamentos (1,1 milhão de pessoas), uma proporção próxima à de van, perua e assemelhados, utilizados por 945 mil pessoas (1,4%).

A análise do tempo de deslocamento entre a casa e o local de trabalho mostra que a maior parte (56,8%) das pessoas que se deslocam para o trabalho leva de seis minutos até meia hora, totalizando 40 milhões de pessoas, enquanto 1,3 milhão de pessoas levam mais de duas horas para chegar ao trabalho.

Além disso, nos resultados por cor ou raça, a população preta (13,9%) e a parda (11,0%) possuem maior participação relativa na faixa de mais de uma hora até duas horas, do que a população branca (8,9%). Na faixa de seis minutos até meia hora, a população branca (58,5%) possui maior proporção do que a preta (51,0%), com 7,5 pontos percentuais de diferença.

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