O Brasil importou 568,98 mil toneladas de trigo em setembro, das quais 87,3% tiveram origem na Argentina, 7% no Paraguai e 5,8% no Canadá, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). O preço médio das importações foi de US$ 230,09 por tonelada, o equivalente a R$ 1.235,12 por tonelada, com base na cotação média do dólar a R$ 5,368. Esse foi o menor valor médio registrado desde novembro de 2020.
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No acumulado de janeiro a setembro de 2025, o país importou 5,249 milhões de toneladas de trigo, volume 2% superior ao registrado no mesmo período de 2024, quando foram importadas 5,147 milhões de toneladas.
Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), os preços do trigo no mercado interno apresentaram queda em setembro devido ao avanço da colheita no país e aumento da disponibilidade do cereal.
No Rio Grande do Sul, a média foi de R$ 1.259,39 por tonelada, recuo de 2,5% em relação a agosto e de 9,4% em comparação com setembro de 2024, considerando valores deflacionados pelo IGP-DI. Foi o menor valor registrado desde janeiro de 2025.
No Paraná, a cotação média foi de R$ 1.346,92 por tonelada, com redução de 6% frente ao mês anterior e de 10,8% na comparação anual, o menor patamar real desde abril de 2024. Em São Paulo, a média ficou em R$ 1.255,13 por tonelada, com quedas de 12,3% no mês e 19,5% no ano, sendo a menor desde outubro de 2023.
Já em Santa Catarina, o valor médio foi de R$ 1.358,61 por tonelada, retrações de 5,2% no mês e 11,3% em um ano, também o menor valor desde outubro de 2023. O dólar teve média de R$ 5,368 em setembro e queda de 1,44% em relação a agosto.
A demanda por derivados de trigo permanece estável, mas o avanço da colheita pressiona os moinhos a reduzir preços. Conforme dados do Cepea, de agosto para setembro, a média do preço do farelo de trigo caiu 5,2% no granel e 1,88% no ensacado. As farinhas também registraram queda nos preços médios: 2,8% para massas frescas, 2,7% para massas em geral, 2% para bolacha salgada, 3,2% para bolacha doce, 2,29% para panificação e 1,64% para pré-mistura.
O último relatório da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado em setembro, revisou para baixo a projeção da safra de trigo no Brasil. A produção foi estimada em 7,536 milhões de toneladas, 3,5% menor que a previsão anterior e 4,5% abaixo do volume colhido em 2024. Essa seria a menor safra desde 2020, com uma área 3,8% menor em relação ao relatório anterior e 19,9% abaixo da observada no ano passado.