Reajuste médio das escolas particulares no país pode chegar ao dobro da inflação

As escolas particulares de todo o país já anunciaram o reajuste das mensalidades para 2025, e as famílias devem se preparar para aumentos acima da inflação. No Nordeste, o reajuste médio será de 8,5%, superando o índice do ano passado (8,3%) e quase dobrando a inflação prevista para encerrar o ano em 4,8%. As instituições justificam os aumentos com base no crescimento dos custos operacionais, salários de professores e investimentos em estrutura.

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A psicopedagoga Camila Santos, mãe de dois filhos, sente o impacto direto no orçamento. Ela paga R$ 700 na mensalidade do filho e já foi informada de que o valor subirá 8% no próximo ano. “São R$ 56,00 a mais e ainda tem as despesas do material escolar e fardamento. Tem gasto com transporte. Se o pai trabalha o dia todo, como é o meu caso, eu preciso de um auxílio de um professor particular, de um reforço para acompanhar as atividades. No caso da minha criança também, que é neurodivergente, tem psicopedagogo, tem psicólogo por fora. Então, qualquer aumento, na verdade, já traria um peso para a família”, relatou.

Segundo o economista Paulo Barbosa, o reajuste é reflexo não apenas da inflação, mas também dos custos fixos e investimentos das escolas. “As escolas alegam custos diretos como professores, funcionários administrativos, despesas de custeio como aluguel, energia e água. E também podem alegar investimento, que é o que elas colocam. Quando a gente lê o relatório de reajuste, sempre aparece a recomposição dos investimentos feitos na época da pandemia”, explicou.

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Para aliviar o impacto no bolso, Barbosa recomenda que as famílias busquem negociação direta com as escolas, especialmente aquelas com mais de um filho matriculado. “Tentar negociar com as escolas ajuda a conseguir algum desconto. E, ao longo do ano, sugerimos que as famílias que puderem façam um fundo para não ter esse impacto no fim do ano, porque a matrícula é praticamente um 13º pagamento”, orientou o economista.

Camila já encontrou uma forma de economizar: aproveitou o desconto oferecido pela escola para quem renova a matrícula antecipadamente. “Quem aproveitou e fez a matrícula até setembro, fez com esse desconto maior, o que já foi de grande ajuda”, contou. Mesmo assim, ela diz que o aumento reforça a preocupação das famílias com o equilíbrio financeiro diante dos custos crescentes da educação.

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