Luizianne Lins e outros 12 brasileiros serão deportados por Israel nesta terça-feira (7)

Após seis dias detidos por Israel, os 13 brasileiros integrantes da Flotilha Global pela Palestina, incluindo a deputada federal Luizianne Lins (PT-CE), serão deportados na manhã desta terça-feira (7), pela Ponte Allenby/Rei Hussein, com destino à Jordânia. A informação foi confirmada pelo governo brasileiro nesta segunda-feira (6), após intensa pressão diplomática e mobilização de autoridades e entidades de direitos humanos.

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O grupo foi detido no último dia 2 de outubro, em águas internacionais, enquanto participava da missão humanitária Flotilha Global Sumud, que levava alimentos, água potável e suprimentos médicos com destino simbólico à Faixa de Gaza. A interceptação pelas forças israelenses aconteceu fora do mar territorial de Israel, o que, segundo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, configuraria violação do direito internacional.

“Israel violou as leis internacionais ao interceptar os integrantes da Flotilha Global Sumud com cidadãos brasileiros, fora de seu mar territorial. E segue cometendo violações ao mantê-los detidos em seu país”, declarou Lula em publicação nas redes sociais. O presidente afirmou ainda que acionou o Itamaraty desde o início do episódio, com ordem para utilizar “todas as ferramentas diplomáticas e legais” a fim de garantir a libertação dos brasileiros.

A presença de uma parlamentar federal entre os detidos elevou a gravidade da situação. Luizianne Lins, que já vinha atuando em defesa da causa palestina, foi levada junto com os demais para a prisão de Ketziot, no deserto de Negev, onde, segundo relatos, os detidos foram submetidos a condições degradantes, incluindo violência psicológica e falta de acesso médico. O grupo só recebeu medicamentos após forte pressão do governo brasileiro.

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A deportação, embora celebrada como alívio pelas famílias e autoridades brasileiras, é vista como uma vitória apenas parcial. A missão da flotilha buscava chamar a atenção global para o bloqueio à Faixa de Gaza, que, segundo a ONU, vive uma das piores crises humanitárias do século, com cerca de 1,9 milhão de pessoas deslocadas e relatos do uso da fome como arma de guerra.

Entidades pró-direitos humanos e movimentos de solidariedade à Palestina ressaltam que a libertação dos ativistas não encerra a questão. “Não há liberdade verdadeira enquanto persistirem o cerco, a ocupação e a limpeza étnica”, afirmaram em nota representantes da organização da flotilha. A data da deportação também marca dois anos do início da mais recente escalada militar israelense em Gaza.

O caso também evidenciou a postura cada vez mais crítica do governo Lula em relação às ações do Estado de Israel, principalmente diante de operações que afetam civis e humanitários.

O Ministério das Relações Exteriores acompanha o processo de deportação e confirmou que representantes diplomáticos brasileiros estarão na Jordânia para receber o grupo. A expectativa é de que todos retornem ao Brasil nos próximos dias. A deputada Luizianne Lins deve se pronunciar oficialmente após seu desembarque.

Lista dos 13 brasileiros presos em Israel:

  1. Thiago Ávila (@thiagoavilabrasil) – Internacionalista, socioambientalista, militante experiente. Organizador internacional da flotilha e de missões anteriores no Mediterrâneo, como a do navio Mavi Marmara. Reconhecido por sua atuação em causas climáticas e pela justiça social.
  2. Bruno Gilga Rocha (@brunogilgarocha) – Trabalhador da Universidade de São Paulo e atuante no Sindicato dos Trabalhadores da USP. Como ativista internacionalista e da causa palestina, esteve na Marcha Global para Gaza, no Egito, e agora integra a coordenação brasileira da Global Sumud Flotilla. Porta-voz oficial da delegação.
  3. Lucas Farias Gusmão (@ekkicetacea) – Ativista, internacionalista e filho da Bahia. Tem como preocupação central o futuro do planeta e da Humanidade diante da máquina capitalista e imperialista que tudo devora.
  4. João Aguiar (@joaoaguiar_) – Ativista do Movimento Global para Gaza e do Núcleo Palestina do PT/SP. Atuou em unidades públicas de assistência social no Nordeste brasileiro, promovendo justiça social por meio da culinária, alimentação e agricultura familiar. Hoje integra a coordenação da delegação brasileira da flotilha.
  5. Mohamad El Kadri (@mohamadelkadri) – Mohamad El Kadri é brasileiro, filho de libaneses, filiado ao Partido dos Trabalhadores desde 1982. É presidente do Fórum Latino-Palestino e coordenador da Frente Palestina de São Paulo, tem dedicado sua vida à divulgação da causa palestina. É sua terceira missão internacional solidária ativa à Gaza.
  6. Mariana Conti (@marianaconti_psol) – Vereadora em Campinas (PSOL/SP). Feminista, engajada pela defesa de direitos humanos, da educação pública e do ecossocialismo.
  7. Gabrielle Tolotti (@gabi_tolotti) – Presidenta do PSOL RS. Atua em movimentos sociais e de solidariedade internacional.
  8. Ariadne Telles (@ariadnetelles) – Advogada de direitos humanos da Amazônia. Militante pelo Movimento Bem Viver, com experiência em ações diretas e uma trajetória de resistência em defesa de territórios e comunidades.
  9. Lisiane Proença (@liisiprenca) – Comunicadora popular, viajante e agitadora cultural. Há uma década na estrada, conecta lutas socioambientais, territórios e comunidades no Brasil e na América Latina profunda, registrando e amplificando vozes que resistem.
  10. Magno Carvalho Costa (@magno.carvalho47) – Militante do Sindicato dos Trabalhadores da USP e da CSP-Conlutas. Veterano de iniciativas de solidariedade internacional ao povo palestino.
  11. Victor Nascimento Peixoto (@mansur.peixoto) – Professor pesquisador do canal História Islâmica. Ativista e comunicador popular.
  12. Luizianne Lins (@luiziannelinspt) – Professora, Deputada Federal PT (Ceará), duas vezes prefeita de Fortaleza.
  13. Miguel Viveiros de Castro – Um dos fundadores da rede Indymedia Brasil e da Cooperativa de Cálculo, na Catalunha (Espanha). Dirigiu os documentários “Brad, uma noite mais nas barricadas” e “Mundurukânia, na beira da história” entre outros.

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