
Com porte reduzido — variando de 40 a 55 centímetros de altura e 23 a 30 quilos de peso — e comportamento dócil e brincalhão, as minicabras chamam a atenção pelo manejo relativamente simples.
Leia mais
Minicabras ganham espaço como pets e investimento no Brasil
Minicabra ‘esconde’ filhote em exame e surpreende dono com trigêmeas
A alta procura tem impulsionado o mercado: exemplares já chegaram a ser vendidos por até R$ 30 mil em leilões. Para a criadora Thaís Tatini, proprietária da Minicabras Aroeira, é importante reforçar que as minicabras devem ser tratadas da mesma forma que uma cabra de tamanho convencional, exigindo os mesmos cuidados básicos para garantir saúde e bem-estar.
Como escolher
No Brasil, o termo “minicabra” ainda não possui reconhecimento oficial de raça, mas é inspirado em padrões de animais como o anão nigeriano e o pigmeu africano. Em entrevista à Globo Rural, a produtora ressalta que é importante desconfiar de promessas de animais extremamente pequenos — abaixo de 40 cm na fase adulta — pois, muitas vezes, isso indica problemas de saúde ou cruzamentos inadequados.
Comportamento e socialização
As minicabras são animais de rebanho e não gostam de viver sozinhas. O ideal é ter, pelo menos, dois indivíduos, que podem ser machos castrados ou um casal. Fêmeas muito jovens podem entrar no cio precocemente, por isso é recomendável esperar até que atinjam cerca de dez meses a um ano antes de iniciar a reprodução.
Machos não castrados tendem a se tornar agressivos na idade adulta; por isso, apenas os castrados são indicados como pets.
De acordo com Thaís, o comportamento das minicabras é curioso e ativo: gostam de escalar, brincar, correr e explorar o ambiente. Elas são inteligentes e dóceis, mas não devem ser estimuladas a brincar de empurrar com a cabeça, para evitar que esse comportamento se torne indesejado quando adultas.
Estrutura e manejo
Apesar de pequenas, as minicabras necessitam de espaço adequado para se movimentar, abrigo contra vento e chuva, além de áreas ensolaradas.
Saiba-mais taboola
“Muita gente acha que, por serem pequenas, cabem em qualquer lugar, mas não é assim. Elas precisam correr, brincar e tomar sol todos os dias”, reforça a produtora. Thaís sugere um espaço mínimo de 8 x 6 metros, cercado, seguro e com enriquecimento ambiental, como pneus, caixas d’água ou troncos para se coçarem e brincarem.
A higiene também é fundamental. “Local de alimentação elevado, coxos limpos, água sempre fresca e varredura diária do aprisco fazem toda a diferença para prevenir doenças”, orienta.
Alimentação adequada
Como ruminantes, esses animais precisam de volumoso à vontade, como capim, feno ou folhas de árvores. Rações concentradas devem ser fornecidas em pequenas quantidades para evitar problemas digestivos. Frutas e verduras podem complementar a dieta, mas alimentos como pão, biscoito ou ração de outros animais são prejudiciais.
“A base da alimentação é o capim e o feno. Mesmo que você dê ração, ela precisa ingerir verde para ruminar adequadamente”, destaca Thaís.
Minicabras como pets
Embora tenha aumentado o interesse das pessoas por adquirirem minicabras como pets, é essencial respeitar a legislação municipal sobre a criação de ruminantes em áreas urbanas. Além disso, esses animais têm longa expectativa de vida — de 12 a 17 anos — e exigem cuidados diários.
Para quem busca leite fresco, as minicabras também podem oferecer uma produção para consumo familiar. “Elas dão pouco leite, mas é suficiente para a casa. E ainda tem a vantagem de ser naturalmente A2, mais suave e adocicado do que o de vaca”, acrescenta.






