
A agtech Produzindo Certo, que atua na estruturação de cadeias agropecuárias sustentáveis, acaba de lançar o Bov.IS, Consórcio de Pecuária Intensiva Sustentável. O programa vai ligar os elos das cadeias de carne bovina e do couro, com foco nas boas práticas de produção.
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O programa inclui módulos integrados à cadeia dos frigoríficos e rastreabilidade total dos animais, que podem gerar ganhos aos pecuaristas. Além da premiação que pode chegar a R$ 14 por animal, há melhoria nos indicadores de produtividade, redução da pegada de carbono e evolução genética e nutricional dos rebanhos.
Inicialmente, o Bov.IS será implementado em Mato Grosso e Pará, com 15 propriedades e 50 mil animais por módulo, ampliando gradualmente. “Após a fase inicial, que compreende os três primeiros anos de validação da metodologia, a expectativa é expandir para diferentes regiões do Brasil, respondendo à crescente demanda global por carne e couro com origem rastreada e sustentável”, destacou, em nota Charton Locks, Diretor de Operações da Produzindo Certo.
Entre as principais metas, o Bov.IS espera alcançar 45 pecuaristas no primeiro ano e 125 mil hectares de pastagens sob gestão do programa, com a recuperação e intensificação de pelo menos 5 mil hectares.
Ao fim de três anos, a expectativa é que os pecuaristas tenham aumento de 25% na taxa de lotação das propriedades e redução de 50% na pegada de carbono por cada arroba produzida.
Para participar da iniciativa, o pecuarista deve se comprometer a adotar três práticas obrigatórias do programa. São elas: rastreabilidade de 100% do rebanho, realização de checagens do status socioambiental na comercialização do animal e desmatamento zero na propriedade a partir de 31 de dezembro de 2020, conforme estabelece a lei antidesmatamento da União Europeia.
De acordo com a Produzindo Certo, o produtor não terá custo para implementar as boas práticas. Elas serão financiadas pelo consórcio de acordo com a necessidade de cada propriedade, e o valor será descontado da bonificação a ser recebida.
A meta é que, após o primeiro ano, os créditos de carne e couro estejam disponíveis para redes varejistas e marcas que utilizam couro brasileiro, integrando-os às suas políticas ESG e garantindo repasse de valor aos produtores.