Políticos cearenses se manifestam sobre detenção de Luizianne Lins por Israel a caminho de Gaza

Na noite desta quarta-feira (1º), políticos cearenses usaram as redes sociais para expressar preocupação e solidariedade após a interceptação e prisão da deputada federal Luizianne Lins (PT-CE) por forças israelenses. Luizianne participava de uma missão humanitária com destino à Faixa de Gaza, levando alimentos e medicamentos para a população palestina. A ação, integrada por mais de 500 voluntários de diferentes nacionalidades, foi classificada como pacífica e legal por organizações internacionais.

Júlio César

O deputado estadual Júlio César Filho destacou o caráter humanitário da missão e condenou a interceptação da flotilha. “Recebi com preocupação a notícia de que a deputada federal Luizianne Lins, que estava juntamente com outros participantes da missão humanitária, foi interceptada pelo Estado de Israel. Expresso toda a minha solidariedade à deputada Luizianne e aos voluntários(as) neste momento difícil. Que a esperança e a luta pela paz sejam sempre o nosso caminho!”, declarou.

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José Guimarães

Já o deputado federal José Guimarães, um dos principais nomes do PT no Congresso, afirmou estar acompanhando atentamente os desdobramentos do caso. “Acompanho com preocupação e atenção as notícias da interceptação do barco aonde está a deputada @luiziannelinspt e outros voluntários de diversos países que levam ajuda humanitária em Gaza. O governador Elmano de Freitas acionou o Governo Federal que também acompanha o caso. Toda força e solidariedade a essa corajosa companheira”, publicou Guimarães em sua rede social.

Larissa Gaspar

A deputada estadual Larissa Gaspar foi mais incisiva ao classificar a ação de Israel como sequestro. “TODA SOLIDARIEDADE À DEPUTADA LUIZIANNE LINS!!!! A embarcação onde se encontrava nossa companheira deputada federal Luizianne Lins foi sequestrada pelo estado de Israel!”, escreveu. Ela também fez um apelo direto ao governo brasileiro: “Fazemos um apelo ao nosso governo para que tomem as providências necessárias para garantir um resgate e retorno seguros para Luizianne e todos e todas que se encontram na Flotilha! Parem o genocídio em Gaza! Deixem a ajuda passar!”.

Domingos Neto

O deputado federal Domingos Neto, coordenador da bancada cearense no Congresso Nacional, informou que entrou em contato com autoridades brasileiras assim que soube da situação. “Imediatamente procurei e mostrei inclusive o vídeo que a deputada postou ou que a equipe dela postou no Instagram dela para o presidente Hugo Motta. Já falei também com o embaixador Mauro Vieira, o nosso ministro, para que o Itamaraty pudesse também estar tomando todas as providências que sejam necessárias”, disse.

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Domingos Neto também revelou que Luizianne está sem comunicação com sua equipe desde o fim da tarde. “Faz pouco mais de uma hora e meia que ela fez o último contato e depois disso não teve mais contato com o seu gabinete. Estamos trabalhando para que o mais breve possível possamos ter noção do paradeiro da Dra. Luizianne Lins. Estou pessoalmente dedicado a garantir e tentar encontrar, garantir a segurança da deputada”, concluiu.

Missão humanitária

A missão da qual Luizianne faz parte é composta por 17 brasileiros, entre eles ativistas, médicos e representantes de movimentos sociais. No total, mais de 500 pessoas integram a chamada “Flotilha da Liberdade”, com o objetivo declarado de romper simbolicamente o bloqueio a Gaza e entregar ajuda humanitária. Até as 20h30 de quarta-feira, ao menos 178 pessoas tinham sido detidas, entre elas a ativista ambiental sueca Greta Thunberg.

Organizações internacionais, como a Anistia Internacional Brasil, classificaram a ação de Israel como ilegal. Em nota, a entidade afirmou: “Nenhuma regra do direito internacional autoriza ataques a embarcações em livre navegação em águas internacionais. A missão da flotilha é pacífica, humanitária e legal”. A Anistia ainda cobrou garantias de segurança para os integrantes da missão e passagem segura até Gaza.

Em São Paulo, familiares, amigos e ativistas iniciaram uma vigília no Al Janiah, espaço cultural fundado por refugiados palestinos. O ato teve como foco a pressão sobre o governo brasileiro para garantir o retorno seguro dos detidos. Também foram levantadas demandas como o rompimento das relações comerciais com Israel e o reforço de sanções internacionais diante do que classificam como genocídio palestino.

O Itamaraty ainda não divulgou nota oficial sobre o caso, mas, segundo os parlamentares cearenses, o governo federal já foi acionado e está em contato com autoridades israelenses. A expectativa agora é que o Brasil utilize todos os meios diplomáticos possíveis para assegurar a integridade física dos voluntários e viabilizar sua libertação imediata.

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