O prefeito de Fortaleza, Evandro Leitão, manifestou solidariedade à deputada federal Luizianne Lins (PT-CE) após a interceptação da embarcação Grande Blu, que transportava ajuda humanitária com destino à Faixa de Gaza. O barco integrava a missão internacional Global Sumud Flotilla, formada por voluntários de diferentes países que levavam água, alimentos e medicamentos ao povo palestino.
“Recebi, consternado, a notícia da interceptação da embarcação que leva a deputada Luizianne Lins e outros 40 voluntários em missão humanitária ao povo palestino, em Gaza. O governador Elmano de Freitas segue em contato com o Governo Federal e com o Itamaraty para que ela e os demais brasileiros da missão sejam amparados. Minha solidariedade à deputada”, declarou Evandro Leitão em publicação nas redes sociais.
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O que aconteceu
Nesta quarta-feira (1º/10), as Forças Armadas de Israel interceptaram o barco Grande Blu, onde estavam a deputada Luizianne Lins e outros nove tripulantes. A embarcação já se aproximava da costa de Gaza quando foi alvo da ação militar. Segundo organizações internacionais, há risco de que os integrantes sejam detidos e posteriormente deportados, como ocorreu em junho deste ano com outro navio da Flotilha da Liberdade.
O grupo Global Sumud Flotilla reúne ativistas de várias nacionalidades e partiu com o objetivo de furar o bloqueio marítimo imposto por Israel, considerado ilegal por diversos organismos internacionais. Além de Luizianne, outros brasileiros participam da missão em diferentes barcos, entre eles parlamentares, professores, sindicalistas e ativistas de direitos humanos.
A deputada já havia solicitado apoio diplomático ao Ministério das Relações Exteriores no último dia 17 de setembro, pedindo garantias de segurança para a delegação brasileira, composta por 15 pessoas. O Itamaraty informou que acompanha o caso e está preparado para prestar assistência consular em caso de prisão ou deportação. Um grupo de 37 deputados federais também assinou, em 26 de setembro, um documento solicitando ao governo federal medidas de proteção para os tripulantes.
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Contexto da situação em Gaza
A Faixa de Gaza enfrenta uma das crises humanitárias mais graves das últimas décadas. Desde 2022, a região sofre com intensos bombardeios e bloqueios impostos por Israel, que restringem a entrada de alimentos, medicamentos, água potável e energia elétrica. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), grande parte da população vive em situação de fome extrema e carece de atendimento médico básico.
As flotilhas internacionais, como a Global Sumud Flotilla, surgem como tentativa de romper o bloqueio e entregar ajuda diretamente à população civil. Contudo, Israel considera essas iniciativas ilegais e justifica as interceptações como medidas de “segurança nacional”. A comunidade internacional segue dividida: enquanto países e entidades de direitos humanos apoiam os voluntários, o governo israelense mantém a repressão às embarcações.
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