
Um novo tipo de ovelha, mais produtiva e econômica, está sendo desenvolvida por pesquisadores da Embrapa Pecuária Sul, no Rio Grande do Sul. Batizada de “ovelha do futuro”, o animal está sendo selecionado geneticamente para reunir características que facilitam o manejo e aumentam a produção, reduzindo os custos para os criadores.
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De acordo com o pesquisador José Carlos Ferrugem, o objetivo é aumentar em até duas vezes a eficiência da criação de ovinos para corte, o que também pode ajudar a reduzir a emissão de gases poluentes ao diminuir o número de animais de baixa produtividade.
“Com o incremento médio no peso e no rendimento da carcaça, o produtor consegue receber mais com as vendas dos cordeiros”, observa Carlos Hoff de Souza, também pesquisador da Embrapa.
Dentre as características selecionadas, estão o maior número de filhotes por parto, mais carne por animal, resistência a vermes e queda natural da lã que, além de reduzir custos com tosquia, responde a um contexto de baixa valorização da lã no mercado.
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“O custo da tosquia na região de Bagé (RS) atualmente gira em torno de R$ 12 por ovelha ao ano, e esse custo muitas vezes supera o preço pago pela lã produzida”, explica o pesquisador João Carlos de Oliveira.
Avaliações
Enquanto a seleção para prolificidade e rendimento de carcaça está sendo feita com base em genótipos, as características de perda de lã e resistência a verminoses estão sendo selecionadas com base em observações fenotípicas.
As ovelhas já foram testadas em rebanhos da própria Embrapa e agora estão sendo avaliadas em propriedades de criadores parceiros para verificar, na prática, se os resultados se repetem fora do ambiente de pesquisa.
A ideia, segundo o pesquisador, é permitir que cada produtor adote, de forma personalizada, as características genéticas que mais se adequam ao seu sistema produtivo.
“Queremos que o próprio produtor desenvolva a sua ovelha do futuro, de acordo com seus objetivos e sistema de produção”, destaca Oliveira.






